O modesto Jorge cresce cada vez mais na afinação com a literatura e foi um dos curadores do Pirão das Letras, o primeiro festival literário de Ubatuba. Aproveito para parabenizar os demais curadores e parceiros desse evento ocorrido recentemente nessa cidade. Que venham muitos outros!
Eu tive a honra de apresentar o mais recente livro (Sem siso no sisal) desse estimado e grande amigo. Legal, né? É este sincero texto que apresento agora às pessoas que me seguem no coisasdecaicara.blogspot, nas publicações do Ernesto (Jornal Acontece) e demais leitores pelo mundo agora.
Logo no início deste livro, percebi um pouco da história do autor: Jorge Ivam Ferreira. Imaginei a vida dele em Iaçu, no interior da Bahia, e a sua familiaridade com os elementos da realidade nordestina, da lida do pai autodidata que queria os filhos estudando, do irmão que ainda mora lá etc. Pensei: "O Jorge e as suas lembranças de menino". Me veio à mente um poema de T.S. Eliot dizendo isto: "E ao final de nossas longas explorações, chegaremos finalmente ao lugar de onde partimos e o conheceremos então pela primeira vez". Ou seja, o autor da novelinha (como ele a descreve) mexe a colher na sua imensa panela e faz aflorar um mundo de beleza dos primeiros anos em família e na vida comunitária. Garimpando as palavras, ele vai nos apresentando o seu mundo e os dilemas possíveis e/ou imaginários diante do assombro que é a vida (porque faz pais desejarem outros destinos aos filhos, força migrações, possibilita encontros e desencontros...). Ao final da história e do suspense, capaz de continuar acontecendo sempre numa sociedade de tantas surpresas, desigualdades e injustiças, notei uma alma que tem um sopro de saudade, sobretudo da solidariedade da vizinhança nas agruras, nos padecimentos da vida. Termino a leitura muito agradecido pelo talentoso baiano que escolheu o chão caiçara de Ubatuba e pela nossa amizade, eu reconheço o bem que nos faz "uma alma que sabe o que merece ser lembrado", como escreveu Rubem Alves. No fundo, o Jorge está repartindo conosco o que foi acumulando em mais de meio século em seu ser.
Vida longa ao Jorge e à sua produção literária! Vida longa aos que fazem de tudo pela literatura neste chão caiçara!
Muito bom ler seu blog, é reconectar com nossa cultura caiçara que cada vez mais se perde com o avanço cada vez maior das redes sociais e dos vídeos cada vez mais curtos que afastam não só os jovens, mas todos de outras atividades de nossa cultura caiçara e de outras atividades culturais como ler um livro, assistir um filme, ouvir uma boa música.
ResponderExcluirGratidão, Carlos. Forte abraço a você e sua família!
ResponderExcluirBom dia, Zé! Muitíssimo obrigado por sua generosidade! Ter você e Gláucia como amigos me envaidece. Um forte abraço para vocês.
ResponderExcluirSempre em nossos corações você e familiares.
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