domingo, 22 de agosto de 2021

O DESAFIO NOSSO PARA NÓS MESMOS


Pedra da roça do avô do Virgílio na areia - Grande do Bonete (Arquivo JRS)


       Passa do tempo de novas atitudes de cada um de nós, de cobrança de práticas políticas que tenham como prioridade o coletivo, o bem para nós e para todos os seres desta Terra. O que está em jogo são nossas vidas, a herança que vamos deixando às gerações futuras. Haverá futuro. Mas qual?

   Gratidão ao amigo Jorge pela indicação da Revista Juçara, da resistência em  São Sebastião.  Recomendo a leitura de tão importante material em torno da vida de Carolina Maria de Jesus.



A humanidade se perdeu no próprio lixo

Autora: Tatiana Araújo

Fonte: Revista Juçara  -  is.gd/jucara3 



        Primeiro de janeiro, logo após a festa de final de ano, resolvi ir até a praia. O cenário que eu encontro é o de total fim de mundo. Garrafas, latas, copos descartáveis, pratos de isopor, sacolas plásticas e muitas bitucas de cigarro espalhadas pela areia. As pessoas caminhavam pelo lixo, como se aquilo fosse natural. Deitavam na areia, rodeados de lixo, sem se importar. Eu não conseguia ver aquela cena como normal. Comecei a catar o lixo, decidida a limpar a praia inteira sozinha, mas a quantidade de lixo era enorme.  Cenas como essa são frequentes em todo o mundo. Nós estamos vivendo neste planeta, extraindo da natureza tudo que é possível, sem limites. Como se ela existisse apenas para atender às nossas necessidades e desejos. O resultado é que estamos poluindo o solo, a água e o ar.  Causando nossa própria morte. Comemos peixe com micro plástico, bebemos água contaminada com fezes e respiramos o ar poluído por substâncias tóxicas. Por que poucos se incomodam? Porque nos desconectamos da natureza. A humanidade se perdeu no próprio lixo. Não nos vemos como parte dela. Perdemos a percepção do todo, e da importância do equilíbrio ecológico. Na natureza existe um ciclo de vida equilibrado e circular. Uma fruta que nasce, alimenta os pássaros, quando ela cai na terra, se decompõe por ação de bactérias e fungos, e volta novamente a nutrir a terra para produzir novos frutos. Não existe lixo. Nós, seres humanos, precisamos nos reconectar com o mundo natural. Reaprender a viver neste planeta com equilíbrio ecológico. Recusar o consumo de produtos com impacto ambiental negativo, reduzir a compra de produtos desnecessários, reutilizar o que é possível, reciclar materiais e compostar todas as sobras de comida. Trabalhar por uma economia circular. É urgente mudar a rota atual de produção e consumo. Caso contrário, trará o fim da espécie humana, enterrada no próprio lixo. E o planeta? Este continuará existindo, com toda a resiliência que tem.




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