Caveira na praia - Foto: Yugo Okoyama |
Uma bela vista se tinha daquele lugar.
Em maré baixa aparecia areia,
Virava a praia da Bela Vista,
Lugar que, em outro tempo,
Se forrou de corpos
Vindos do Príncipe das Astúrias
Que em Ilhabela naufragou.
Agora, ali, o que restou?
Daquele lugar, um "tubarão" se apropriou:
"Está tudo dentro da Lei!".
"Mas a costeira não é pública?
Os caminhos de servidão não são protegidos?".
Os antigos diziam; o meu pai nos contou:
"O navio afundou lá longe,
Mas tem correnteza no mar;
Por isso encalharam naquele lugar.
Muitos corpos ali apodreceram;
Na exígua Santa Rita foram sepultados.
Da autoridade, uma exigência: que fossem contados".
Daquele lugar, um "tubarão" se apropriou:
"Está tudo dentro da Lei!".
"Mas a costeira não é pública?
Os caminhos de servidão não são protegidos?".
Foi-se a casa que nos assombrava,
Erigida por parentes dos mortos.
Agora, debaixo das mansões,
Onde antes era apenas mato e flores,
Descansam caveiras e suas ossadas,
Sob bem cuidados jardins.
Àquela praia, o egoísmo deu um fim.
Daquele lugar, um "tubarão" se apropriou:
"Está tudo dentro da Lei!".
"Mas a costeira não é pública?
Os caminhos de servidão não são protegidos?".
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Os tubarões estão em todos os lugares. É triste e revoltante.
ResponderExcluirPois é, Jorge. E tem um monte de peixinhos pensando com cabeças de tubarões.
ResponderExcluirIncrível...
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