Pescador caiçara - Arquivo Trindadeiros |
Foi o Sabá quem me contou do Antônio da Matraca: "Você já ouviu falar? Pois bem! Mas já tem um tempo que ele é morto. Antônio da Matraca era paratiano, mas veio moço para Ubatuba. Trabalhava no casarão do Guisard e fazia anúncios, propagandas, em suas folgas. Andava pelas ruas aos gritos. Ele, sim, tinha voz forte, potente, do tipo trovoada brava. E ainda por cima, pegava uma matraca e saía sacudindo, chacoalhando pelo centro da cidade de forma bem caprichada. De repente, parava em uma esquina e anunciava os produtos e os pontos de comércio onde havia para negociar. Não havia como não escutar o Antônio da Matraca". Conforme ele falava, eu imaginava a cena, com pessoas prestando atenção no que era anunciado. "Era uma forma de reclame muito eficiente", confirmou o Sabá. Então eu lhe sugeri: "Por que você não arruma uma matraca homem? Vai fazer sucesso!". E não é que o danado arranjou uma matraca não sei de onde!? Daí em diante, nos acostumamos a ouvir e ver mais animação no nosso vendedor favorito de peixes. Viva Sabá! Viva toda a descendência dele!
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