quarta-feira, 17 de março de 2021

O PESO DE UM BOM FANDANGO

 



Olhando o mar (Arquivo JRS)

A turma dos instrumentos (Arquivo JRS)



Um casal marcante (Arquivo JRS)_



Amanheeeeeece, Dito! (Arquivo JRS)


      Rogério Estevenel há tempo se destaca como um bom fandangueiro. Agora está registrando as suas memórias e histórias da nossa gente festeira.  Sempre estaremos aguardando essas preciosidades, meu amigo. Com certeza!


          Era 2003 a comunidade Promirim estava animada com a apresentação de um fandango anunciado com dança de Xiba e tudo que tinha direito no sábado à noite no Parque dos Ministérios região oeste da cidade de Ubatuba, foi o comentário da semana; os preparativos e ansiedade tomou conta do o grupo, que deste de quarta feira já estavam de espia no tempo, para não perder a festa. Mestre Orlando foi informado que teria transporte e um lanche para os presentes e que também estavam esperando um Xiba por lá...

           O dia tão esperado chegou, os tocadores, dançadores e dançadores desde cedo estavam se aprontando... aparando bigode, quarando a camisa branca, dando um brilho no sapato, preparando a voz e afinando os instrumentos para o fandango. Mestre Pedro Brandão que morava na Estufa I, chegou mais cedo para esperar o povo do “norte”... vieram todos.... seu Jorge, Orlando, Toninho, Lauriana, Neco, Zeca, Guiomar, Norinho, Lucianinho, D. Cida, Estefânia, Judite, Isaura, Iracema, Paula, Antônia e Cia Ltda (se esqueci de alguém me avisa para incluir...) era o grupo completo!. Foi uma alegria e risadarada muito grande encontrar todo esse povo reunido. O ponto de ônibus do Promirim ficou lotado de gente esperando a condução, parecia até Alvorada do Divino antigamente.

       Chegando no local da festa os fandangueiros se ajuntaram com o povo que por lá se encontrava... festa animada, bandeirinhas, barraquinhas, brincadeiras, “palco de madeira” que fez   brilhar os olhos dos dançadores... Toninho já soltou essa: É hoje que eu vou “explicar”! (Explicar’ era o mesmo de fazer o sapateado limpo sobressair no som). Promessa cumprida!

      Chegou a hora da apresentação. Qui’dele o povo? Pra reunir e organizar foi uma via sacra. Violeiros a postos, microfones tinindo e a fila de dançadores e dançadores (time completo), já entraram dizendo para o que vieram. As violas conduziam o ritmo do sapateado, que estava impecável, no entanto não demorou muito para o palco sofrer as avarias de um bom fandango... o palco veio abaixo com viola, pandeiro, dançadores e dançadoras rolando um por cima do outro. Por sorte ninguém se feriu, e a risadarada adentrou a festa, cantaram e dançaram umas modas de canoa e cana-verde no chão batido e retornaram ao Promirim com a missão cumprida de mostrar um fandango de peso à comunidade do Parque dos Ministérios.


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