terça-feira, 23 de março de 2021

A FORÇA DA PISADA DO DIDI

 

Tamancos de outras terras (Arquivo JRS)

Gente do fandango (Arquivo JRS)

            Grande, Rogério Estevenel! Sempre levantando a Memória do Fandango!


           Esse episódio aconteceu  numa das  versões da  Caiçarada  que ocorreu na praia da Barra Seca a uns dez anos atrás mais  ou  menos. Na  programação   estava   o  grupo de   Xiba do  Promirim... sempre prontos a participar  das  festividades,  bastava  um  transporte  e  um lanchinho que a festa estava garantida com muito fandango,   risadas, alegria e respeito.

       Antes da apresentação muito bate papo, entrosamento e uma bela vista da natureza da baía de Ubatuba. Passado o tempo chegou a hora da apresentação... (meia hora afinando a viola e o resto tocando errado mesmo)... Brincadeiras à parte os violeiros estavam impecáveis! Mestre Orlando, Seu Jorge, Norinho afiados para um Xiba bem recortado com os dançadores. O palco modesto e baixo deveria ter meio metro... mas o mais importante estava lá... o assoalho! Grupo completo com cavalheiros e damas... a dança começou... e o  bate pé estava respondendo de bom grado o repique da viola... os dançadores olhavam desconfiados um para o outro preocupados com as placas do assoalho... passamos o oito, fizemos a primeira roda, “palmeemos”, do meio pro final é que o fandango estava respondendo e a vontade de pisar forte no assoalho era maior que a preocupação de espatifar com a madeira. Foi numa dessas horas de empolgação que o pisado do Didi do Promirim (Jurandir) transpassou a madeira deixando-o entalado pelo joelho... depois disso foi só risada e aplausos pela façanha de estourar o bendito assoalho. Os fandangueiros tem a meta de ao longo da vida estourar o seu tamanco numa roda de Xiba, mas estourar o palco é só para o Didi.

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