sexta-feira, 14 de setembro de 2012

PAZ OU TRAIÇÃO?



                Após mediação dos padres jesuítas, aconteceu nessa área (Aldeia de Yperoig, mais tarde Vila Nova da Exaltação da Santa Cruz do Salvador de Ubatuba) a denominada “Paz de Yperoig”. Mas parece que a paz resultou em traição conforme o texto ilustrado pelos irmãos Eudes e Marta, moradores do bairro do Ipiranguinha, em Ubatuba.

                Os pontos defendidos pelos índios confederados não parecia conter nada de extraordinário. Queriam: a libertação dos prisioneiros que se encontravam nos trabalhos forçados dos engenhos, o fim da prática de escravização, entrega dos chefes traidores para serem julgados pelos Tamoios e que os deixassem viver em paz, como os verdadeiros donos da terra. Os portugueses concordaram. Assim surgiu o acordo que hoje é chamado de Paz de Yperoig. A tradição diz que foi no dia 14 de setembro de 1563.

                Era de se esperar que o tratado de paz não fosse respeitado pelos portugueses. Afinal, eles cruzaram os mares na busca de riquezas. Imagine abrir mão de vultosos lucros por causa de povos que, segundo o pensamento religioso da época, nem almas tinham. Por isso, a aldeia de Yperoig foi a primeiras dos Tupinambá a ser incendiada.

                O feriado deste dia (14 de setembro) tem duplo nome: Dia da Exaltação da Santa Cruz e Dia da Paz de Yperoig. Bem que poderia aparecer uma proposta para que se mudasse para o Dia da Traição de Yperoig, pois foi isto que aconteceu.

                Pois é! Paz de Yperoig é um nome mais adequado para cemitério! Pelo menos alguns chefes da Confederação dos Tamoios se tornaram nomes de ruas (Cunhambebe, Aimberê, Araraí, Pindobuçu, Coakira...).

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