Para
entender a razão de feriado de amanhã (Paz de Yperoig), reproduzirei parte do
trabalho que teve a participação do Eudes e da Marta como ilustradores. Já é do
conhecimento de muitos que ambos, assim como tantos outros da nossa realidade
próxima, por enquanto não receberam um incentivo mais concreto para poderem
deslanchar no talento de desenhistas. Ou seja, quero dizer que o município não
está investindo na cultura como deveria. Por isso perdemos talentos, deixamos
de oferecer oportunidades, principalmente à juventude. Também as chances de
sediar eventos variados para atrair novos turistas vão se embora. Por fim,
aqueles que são mais ousados estão indo embora para tentar a vida em outros
lugares. Mas vamos à História:
Em 1563, os padres
Anchieta e Nóbrega partiram numa comitiva para negociar a paz com os
confederados Tamoios. A aldeia de Yperoig, que segundo alguns especialistas
significa “água de tubarões”, localizada onde hoje é a cidade de Ubatuba, foi
escolhida como território de negociação devido a presença de um cacique
conhecido por Koakira, considerado amistoso pelos jesuítas.
Após algumas
conversas, os caciques impuseram determinadas exigências que não estavam ao
alcance do poder de decisão da comitiva pacificadora. Ou seja, somente os
patrões, estabelecidos na sede da capitania, poderiam dar uma resposta. A
proposta indígena foi encaminhada para São Vicente, mas o padre Anchieta ficou
como refém, aproveitando, dentro das possibilidades, desfrutar do paraíso que
era a baía do Rio Ubatuba, que poderia muito bem designar muitas ubás (uma
espécie de cana silvestre que dá uma haste muito apropriada para a confecção de
flechas e gaiolas). Afinal, é notório até os dias de hoje a abundância delas
nas margens arenosas e na restinga da cidade. Dizem que foi esse ambiente o
inspirador do sacerdote, levando a escrever os mais de mil versos à Virgem
Maria. Na falta de papel e caneta, ele usou a areia da praia e uma vareta de
jambui.
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