Laudelino Mesquita viveu como pescador e roceiro. |
Ao
encontrar um documento antigo, onde o meu pai, no segundo ano escolar, com
outros – poucos! – foi promovido, me
deparei com um termo diferente. Trata-se
da classificação de conservado para os alunos retidos. Engraçado, né?
Naquele
tempo tinha um exame final. As provas, que davam a comprovação de promovido
ou conservado, eram aplicadas por outra autoridade. O mestre do
cotidiano só ficava na assistência. Ah!
Isso era o ano de 1949, na Escola Masculina da Maranduba. A professora substituta
era Nelly Maria Alves de Melo. Alguém sabe mais sobre ela, quem são seus
familiares etc.?
Dei
essa introdução só para que entendam outro assunto: o Caminho do Piabiru. É que,
olhando a lista dos colegas do papai naquele tempo escolar, me recordei do
Caetano da Ponta Lisa, no caminho que conduz ao Saco das Bananas. Foi no
terreiro dele, numa roda de prosa, por volta de 1980, que alguém citou o velho
Laudelino Mesquita.
De
acordo com a prosa, o Laudelino, que na época já era falecido, descendia de um
caminhante do Piabiru. Ao especular mais do assunto, fiquei sabendo de história
de muito tempo. “Do tempo d’ante”!
Pelo
que eu entendi, o Caminho do Piabiru era em São Vicente. Ou melhor: saía desta
cidade, na Baixada Santista, e seguia para os sertões. Até juraram pelo defunto: “Era um caminho que atravessava o Brasil inteiro e outros
países, chegando no outro lado, onde também tinha mar”. Quem lhe afiançava isso
era o seu pai que escutou de seu avô. Este transmitia uma história de família,
do tempo onde um dos antigos Mesquita fez parte de um grupo que entrava pelos
matos para capturar índios e vender como escravos. Deduzo então que, de andanças em andanças, assim veio parar na costeira da Ponta Lisa um descendente de caçador de índios, do tempo do Brasil Colonial.
Portanto,
a oralidade é uma importante fonte histórica. Só que ela exige técnicas
diferenciadas que permitam reconstituir o passado.
Questão:
nós temos noção da importância dos mais velhos para ativar o passado às novas
gerações?
Nenhum comentário:
Postar um comentário