Brota das raízes, ganha volume, forma rios e chega à beira do Caminho da Lagoa para nos saciar a sede. (Arquivo Henrique) |
Finalmente
eu tenho o meu Arrelá Ubatuba, da amiga Fátima! Você ainda não leu?
Então, vez por outra, vou lhe apresentando as pérolas desta caiçara, filha do
saudoso João de Souza, minha colega de escola “do tempo do calção curto e da
saia pregueada”.
O
texto escolhido para este dia, sob inspiração da água dos nossos caminhos,
tinha que ser...
Água potável
A nova estrada
cortando o Município de Ubatuba enchia de orgulho e esperança de uma vida melhor
os moradores dessa terra Tamoia.
Era janeirão, o
calor do meio dia escaldava um aventureiro que saiu do Rio de Janeiro seguindo
a trilha da Rio-Santos a desvendar os mistérios da Serra do Mar recortada por
paradisíacas praias selvagens.
A estrada estava
em construção, o trecho Ubatuba-Paraty estava sem asfalto e a poeira afogava
quem se aventurava passar por ela.
O aventureiro
carioca estava com a goela seca. Depois das escalas nas cachoeiras da Escada e do
Promirim, chegava ressacado nos arredores da Barra Seca.
Passando pelo
Sumidouro avistou uma senhora que transportava um pote na cabeça. Deduziu que
em algum lugar por ali deveria ter água boa para beber. Não errou. Realmente,
na encosta do morro havia uma fonte d’água. Parou o carro e seguiu a senhora
que ia se abastecer na bica. Da beira do barranco cumprimentou a senhora:
- Bom dia, minha
senhora, essa água é potável?
Ao que a senhora
respondeu irada:
- Quem u senhô
pensa qui eu sô? Eu num trabaio pra vagabundo! Essa água é pro Dimirso. Pro Otávio
num carrego nem um copo.
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