sábado, 19 de dezembro de 2020

ONDE TEM MÃO DE MUITA GENTE

Matriz Ubatuba na internet (pinterest.com)

 

Frei Vitório Infantini na roça, em Jambeiro (Arquivo 2013-JRS)



Padre João (Imagem na internet)


                Eu estava lendo umas curiosidades a respeito da igreja matriz de Ubatuba. Aquela edificação atraente, ponto turístico da cidade, exigiu, no passado, muitas campanhas dos fiéis e uso de especialistas diversos, segundo o seo Filhinho:

     Em 1915, o padre Reale trouxe um hábil carpinteiro italiano, Antonio Pitigliani, para trabalhar no altar. Foi quem aproveitou peças dos antigos altares da demolida Igreja do Rosário (Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos homens pretos) para construir o atual altar-mor.

      No ano de 1927 foi promovida a campanha dos novos bancos. Antonio Marques do Vale, um carpinteiro português, fez o serviço.

      Em 1929, para o reboco lateral da nave, foi contratado o pedreiro alemão Germano Springer.

     No início da década de 1940, o alemão Hans Beil, o padre João, era o vigário. Foi quem decidiu substituir o velho assoalho de madeira por piso de ladrilho. É o que permanece até hoje.

    Nem bem começou o serviço, o padre João, por imposição do estado de guerra com a Alemanha, foi afastado daqui. Por determinação do governo, todos aqueles que fossem oriundos da Alemanha e de países aliados dela não poderiam habitar perto da costa, próximo do mar, pois se acreditava que eles poderiam facilitar possíveis invasores conterrâneos vindos pelo mar. Por este motivo o padre alemão se foi daqui, os japoneses saíram do Perequê-mirim etc. Padre Ovídio Simón, seu substituto, com auxílio de Raul Guisard e Deolindo Santos, mais a ajuda popular, conseguiu em pouco tempo dar conclusão às obras.

    Mais tarde o padre João retornou à cidade e prosseguiu nas restaurações. Na década de 1960 em diante chegaram os italianos, os freis franciscanos: Domênico Rangoni, Tarcízio Miotto, Vitório Valentini, Emanuel Brídio, Vitório Infantini, Pio Populin, Angélico Manenti e outros. (Observação interessante: no começo da década de 1980, Antonio Marques do Vale Filho, hábil carpinteiro, como o já citado pai, foi quem reformou todo o forro de madeira do templo).

                Como se pode notar, o templo atual passou por muitas mãos. Certamente que esses estrangeiros imprimiram suas marcas no belo conjunto que é a atual Igreja, a matriz da antiga Vila Nova da Exaltação da Santa Cruz do Salvador de Ubatuba. (Por Provisão de 28 de outubro de 1637, do então Governador Geral do Rio de Janeiro, Salvador Corrêa de Sá e Benevides).

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