Distração (Arquivo JRS) |
Segurando um galho da caneleira quebrada, comentava o Zé do Prado:
"Ruindade é de monte. A primeira pessoa de quem se pode desconfiar, considerando o histórico de anos, é do Totonho do Rio Abaixo. Tais vendo essas marcas de pancadas nas outras árvores? Tudo coisa dele! A vizinhança comenta. 'Aquele maldito, que ri de longe e olha enviesado, continua aprontando'. É um poço de ruindade aquilo ali. Conforme dizer dos antigos: 'De cepa ruim pode vir coisa boa?' Homem pequeno é o que ele é. A sua hostilidade, no fundo, é contra ele mesmo. Tem sina de enteado mal amado, cria de mandiocal, no dizer dos antigos. Que existência tem no fundo do coração gente assim?"
Florisvaldo, o estimado "Flor", acrescentou:
"É verdade, compadre. Tenho pena de gente desprovida de pensamento e de amor, do tipo que é inimigo da cultura e da natureza. Por que vive um traste desse? O meu companheiro de obra, Selmo, mineiro de Ladainha, caso estivesse aqui agora, diria que gente assim já está fazendo peso na terra há muito tempo".
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