O
amigo Jorge quis saber mais detalhes de um texto que eu escrevi a respeito da
tia Aninha (NUM CAMINHO DE FLORES), mais especificamente do vaso de flores de guaco que causou admiração
na prima Nélia. Agradeço à curiosidade que me conduziu ao presente assunto:
espero que seja esclarecedor e ajude a compreender um pouco mais do meu povo.
Do
tempo de criança, quando somente caiçaras moravam neste pedaço de chão
(Ubatuba), era comum ver as mulheres, ao se visitarem, levar lindas braçadas de
flores. Eram muitas vezes colhidas de plantas do terreiro (rosa, jasmim, madressilva, sabugueiro etc.), mas também não era
incomum os ramalhetes de flores silvestres, tais como ciosa, tarumã, ingá-feijão,
pacová, guaco e outras. Eles ficavam em vasos simples, em jarras d’água sobre a
mesa das salas, enfeitando oratórios, deixando as casas com agradáveis aromas e
tornando-as mais acolhedoras.
Essas
maravilhas coloridas e cheirosas, eram afagos que as pessoas trocavam. Também
acontecia de ser sob outras espécies: um bolo saboroso, uma cuia de beijus ainda quentinhos, um quarto de paca,
algumas ovas de tainhas defumadas, uma moreia seca num tom dourado, um cesto de jabuticaba, uma penca de banana da terra etc. Afagos: quem não gosta?
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