Papai trabalha na mais recente embarcação. |
Depois
da prosa com o Aristeu, fui vasculhar mais coisas sobre o espaço da Caçandoca.
A
região da Caçandoca sempre me atraiu porque desde bem pequeno vivi escutando
histórias de lá. Todos os meus parentes por parte paterna são de lá. O meu pai
nasceu no sertão da Caçandoca; depois morou na praia do Pulso, na Maranduba e
no Sapê, na restinga onde eu nasci ajudado pela minha vó Martinha, a parteira.
Ao
citar o Aristeu, o meu pai lembrou de um parente dele, o Manoel Correia
Mesquita, pai do Anástacio Mesquita, que trabalhou na base telegráfica do Largo
do Sapê. Depois foi puxando da memória:
“O
Anastácio tinha rede de tainha e arrastão. Mais tarde foi para Caraguá. Gente
dele era o Norberto, proprietário de uma peixaria na rua Thomás Galhardo, no
cento de Ubatuba, onde hoje é o bar do Nelson Rico, perto da farmácia. Me falaram que este Norberto foi quem aplicou uma rasteira no tio dele, o Aristeu.
O
Benedito Luiz de Oliveira lembrado pelo Aristeu era um dos melhores fazedores de canoa daquele
tempo. Uma que foi feita para o Natanael, era imensa e servia para transportar
banana desde o Saco das Bananas até a Maranduba. Era uma viagem por dia. Em duas viagens enchia
um caminhão.
O
Paulinho da Donara era irmão da Bertolina, mãe do Juvêncio, um moço muito
bonito.
Pureza
de Jesus e Manoel Jorge, os pais da Maria, do Jorge, do João e da Luzia,
moravam na boca da barra da Caçandoca. Moravam antes no sertão, perto da nossa
casa.
Maria
Galdino era casada com Leopoldo Felipe, do Massaguaçu. Tiveram um filho:
Otávio. Moravam no jundu.
Na
casa que ainda existe, atrás da capela, morava o tio Félix. A capela é de 1953
e foi construída por mim, João Oliveira, Leopoldo Felipe, tio Celestino e tio Jerônimo
da Mata. As pedras da obra foram trazidas da Pinicada, no Tapuá (Ponta de lá –esquerda- da Caçandoquinha, perto
da Padaria). Vinham na canoa Caçandoca, do tio Félix [tio do vô
Estevan], dono do armazém. Era a única casa que tinha uma vitrola rotação
trinta e três: parecia um guarda roupa, tinha uma manivela.[Observação:
Pinicada e Padaria eram denominações de pontos da costeira, com características
bem particulares].
Para
cima, como quem seguia para as ruínas, morava o Mané Lourenço, padrinho do
papai [Estevan]. Depois tinha a casa do Olívio, onde mais tarde também virou
armazém.
Leopoldo
Felipe morava na praia. Antes disso só tinha o tio Félix e a Bertolina (ex-escrava).
O Leopoldo Felipe, casado com a Maria Galdino, era um homem muito alegre. Não
sei dizer se ele foi escravo no Massaguaçu.
No
sertão, ainda no caminho, moravam: o João da Mata, depois dele o Domingos
Félix, primo do papai e pai do Leocádio, do Bito Domingos e do Sudário).
Subindo um pouco mais, perto do rio, onde ficava a represa da fazenda, era a
casa do Caliano e a nossa casa que depois ficou para o Celestino da Mata. Em seguida vinha a Ana do
Dantes, o Zé Tomasa. Tudo isso era do lado de lá do rio, como quem vem da
Caçandoquinha.
Seguindo
o outro rio, que vem da Selinha,
tinha: A Miquelina, o Jonas Mesquita, o Mané Mesquita (pai do Tobias Garcês de
Jesus), o Mané Leonardo, irmão do vô Leonardo. O último do morro era o Estevan
Marcolino (pai do Silvário, Benedito, Rosa, Aparecida e outra mais bonita, que
mora ainda hoje com o Natanael). A Aparecida morreu afogada, no naufrágio do barco
do padre João.
O
tio Roque, filho da Feliciana, morava perto da Miquelina. Maria Félix tinha
casa perto do Estevan Marcolino, na Selinha, virando para o Rio da Prata.
Do
outro lado do rio tinha o tio Sudário, casado com Enedina, irmã da tia Alzira
(e do vô Estevan por parte de pai). Tinha também o tio Bito Domingos, filho do
Domingos Félix. Mais tarde veio morar ali perto, onde desce a estrada, a Maria
Félix”.
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