Vista do ilhote da Ponta do Eixo, perto da casa do vô Estevan. |
É
Impressionante como funciona a nossa memória! Imagine o tanto de nomes, de
famílias, de momentos e de lugares que guardamos, mesmo estando em tempos
distantes, em lugares que perderam muito de suas características ambientais e
culturais!
Creio
que ainda existe muita gente interessada em saber das pessoas e dos lugares
deste território ubatubense. Só isso já justificaria a preocupação em registrar
o que os de outras gerações têm em suas lembranças. Eu, você... todo mundo
deveria aproveitar a chance de escrever, de gravar para o nosso enriquecimento
cultural até mesmo os mínimos detalhes da oralidade popular, das coisas que
passam muito rápido, mas podem significar muito. Essa é a intenção de continuar
postando as “minhas coisas”. Espero que elas tenham valor para muitas pessoas.
Continuemos
no registro da fala de Leovigildo Félix dos Santos, meu pai, em relação aos
ocupantes do território desde a Caçandoca até a barra da Maranduba, na metade
do século XX:
No Pulso tinha os
seguintes moradores: Zé do Prado (no sertão); descendo tinha o Joaquim Jacinto,
Leopoldo Félix, nhonhô Fabiano Lopes, Sebastião Cabral, Mané Ricardo. Onde
morou o Bernadino (casado com a Maria, mãe da Vicentina e do Mário), era a casa
do Anastácio Lopes. Perto da barra do Pulso, para cá, no morro, morava Antonio
Marcolino. Era pequeno, vermelho. A sua esposa era a Maria; seus filhos:
Benedito, Olívio, Benedita, Tereza e Maria. Uma das filhas foi para São Paulo
(capital), virou aeromoça da VASP e nunca mais veio. Mais tarde acabou levando
toda a família. Não sei dizer mais nada desse pessoal do Antonio Marcolino.
Na descida do
Pulso, na beira da costeira morava o Antonio Gonçalves.
O papai [vô
Estevan Félix], depois de deixar a casa do sertão da Caçandoca para o Celestino
da Mata, viveu um tempo no Pulso, onde nasceram três ou quatro filhos. Depois
fez casa, junto com o Mané Leonardo, no morro do cemitério, onde também morou o
tio Ezídio Antunes de Sá [casado com a tia Luzia, irmã da vó Martinha]. Desse
lugar, nos fomos foi para o Sapê, na
terra dos Amorim, família da sua vó Martinha, junto ao rio do Boi, entre a praia e o morro dos Amorim, onde vocês
cresceram.
A mãe do Tobias de
Jesus, do Toninho e de mais gente, que findou os seus dias no bairro da Estufa,
era a tia Antonia.
A festa de Nossa Senhora
Santana (comemorada em 26 de julho) acontecia na casa do Manoel Leonardo Lopes,
no sertão da Caçandoca, perto do Estevan Marcolino.
Na casa do João da
Mata, onde depois foi morar o tio Jerônimo, se festejava São João.
São Pedro é que
era festa boa! Quem promovia era a velha Rosália. Os seus filhos (Benedito,
Sebastião e João) tomavam conta, ficavam olhando tudo de cima do forro.
Sebastião Gabriel
foi pai do Jajá e do Benjamim. João Gabriel era padrinho do Lúcio Félix [meu
tio].
Candinho, irmão do
Aristeu, casou-se com a filha do Celestino da Mata. Os filhos dele moram no morro do cemitério, onde foi a nossa moradia”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário