Vovó Martinha,
dentre outras qualidades, era maliciosa e observadora das mínimas coisas. Hoje vou tentar ser
fiel ao que ela nos contou há muito tempo. Foi um fato ocorrido em época de
carnaval, “tempo de muita orgia”, conforme a sua definição.
Uma
das moças estava agarradinha no rapaz. Pensei na hora que eram namorados. A
outra, sempre ao lado, dizia alguma coisa de vez em quando. Ria também, mas
passava a maior parte do tempo assistindo os beijos e carícias do casal. De
repente, os três se deslocaram para um ponto mais distante, fora da visão de
quem estava na fila imensa para comprar passagem.
Do
novo lugar, o rapaz pediu para a namorada ir para a fila da passagem. Ela
obedeceu imediatamente. Aí o inesperado aconteceu: aquilo que era privilégio da
outra (da namorada oficial) foi estendido àquela que ficou junto dele. Foi
quando me perguntei: Será que o ‘bonitinho’ namorava as duas?
Assim
que a companheira oficial voltou com as passagens, recebeu outra incumbência:
enfrentar a fila da lanchonete para comprar água. De novo os outros dois
aproveitaram para um fogoso namoro. Era uma esfregação que só vendo! Nisso veio
a minha condução.
É
quase certo que, se a espera daqueles três foi longa, outros artifícios foram
encontrados pelo macho. Tratava-se de querer justificar a sua macheza.
Quem duvida que a vontade deles não era ficar dia e noite assim!? Parece que o inesperado não era assim tão inesperado!”.
Ah! Essa saudosa e maliciosa caiçara!
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