Durante a nossa prosa, as sairinhas faziam festa numa banana. Que beleza! |
O
desafio às reflexões que produzimos é alcançar uma essência nobre que possa ser
aplicada muito além daqueles que estão na nossa intimidade e nas cercanias. Ninguém
pode negar que existe uma interdependência planetária exigindo uma amplitude
maior de solidariedade, mas que está sendo desprezada por muitos de nós.
No
cotidiano, a função nobre da política (cuidar da cidade, garantir e aperfeiçoar
o espaço coletivo) é fato gritante de distanciamento de uma essência nobre. Porém,
isto nem sempre é evidente em outras áreas. Tomemos por exemplo a educação escolar:
quem não se empenha em desenvolver bem o seu papel em prol do conhecimento,
recorrendo a uma série de artifícios para “se dar bem”, está procedendo tal
como um político desonesto, mas não é capaz de admitir isto. Ou, como escreveu
Bertold Brecht, nem se percebe no analfabeto político que está se tornando.
Massificação
cultural, caos reflexivo e outros termos parecem ser sinônimos de que as coisas
vão de mal a pior no uso e na depuração da nossa racionalidade.
Será
que, tal como algumas espécies já comprovadas, teremos que adotar uma
constituição mais complicada e monstruosa para sobreviver?
Os
nossos causos, além de alegrar o cotidiano, apresentam, às vezes até implicitamente,
retomadas de sábias sentenças para aperfeiçoar a vida no planeta. Mais
importante: eles fazem parte da tradição oral dos caiçaras.
Isto
eu escrevi após uma visita à amiga Néia, a vizinha da cachoeira, que tem rente
à porta da cozinha um alimentador e observatório de passarinhos. É uma mulher caiçara de
muitos causos! Fez parte da equipe do Ranchinho Caiçara, um programa na rádio local (Costa Azul) onde os protagonistas eram Júlio Mendes, João de Souza, Bigode, João Barreto e mais alguns.
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