Tinticuias floridas na estrada (Arquivo JRS) |
A igreja em meados da década de 1930 (arte: Paulo Camilher Florençano) |
Na primeira metade do século XX, Félix Guisard Filho, cidadão taubateano, descreveu a sua viagem para Ubatuba. Saiu do Vale do Paraíba e chegou ao litoral norte de São Paulos.
A viagem de Taubaté a Ubatuba, por terra, é uma viagem maravilhosa. Encontramos, desde a partida, o bairro do Belém, a fazenda do Cataguá, o bairro do Baraceia, a fazenda da Piedade, o bairro do Registro, a fazenda da Fortaleza, divisas de São Luiz, o Turvo, a cidade de São Luiz (terra de Osvaldo Cruz) e, margeando o ribeirão do Chapéu, a fazenda de Vitalino Coelho, Silvino Machado, Rafael Coelho, - variante magnífica da estrada, - bairro dos Frades, bairro da Prata, ponte do Paraibuna, fazenda da Ponte Alta, planalto do Barro Branco, Alto da Serra...
O panorama que daí se descortina é indescritível. Ao longe, o mar imenso, praias sem fim, ilhas que parecem pontinhos negros no horizonte azul, e, à direita e à esquerda, a serra majestosa e a floresta densa, verde-carregada, a mata brasílica...
Começa a descida. É impressionante a faixa de pedra, que lembra uma serpente a ziguezaguear pela serra abaixo. E tudo foi feito pelo braço colonial e do preto!
Água Tuba. Uma placa de ferro indica a nascente do líquido puríssimo. Mais abaixo, a curva da Onça, acampamento, a curva da Batata, a floresta virgem e o palmito de lado a lado. Meio da serra, cruz de ferro. Último acampamento. Curva do Oratório. Água de todos os lados. Plano. Bananas e bananeiras. Estação experimental.
E chega-se a Ubatuba. Rua do Comércio. Largo da Matriz. O Cruzeiro do padre Anchieta. A praia, o mar...
Ao longe, uma canoa, um pano, o terral leve a soprar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário