sábado, 7 de novembro de 2020

FARRA DE CAUSOS (VIII)

 



Eu e essa beleza (Arquivo JRS)

ASSOMBRAÇÃO

                Esta história é contada pela minha mãe.

                “Um dia eu estava indo levar almoço na roça para meu pai. Era mais ou menos meio-dia. Era um lugar que não aparentava ser assombrado. Era muito calmo. Fui andando normalmente como todos os dias, mas nesse dia percebi que havia alguma coisa estranha bem na frente de um rio e essa coisa era como se fosse um arco de luz bem pequeno. Pensei que fosse qualquer coisa e segui andando. Quando estava chegando bem perto, o arco de luz foi crescendo, crescendo, crescendo... Daí minhas pernas começaram a ficar bambas, minha voz sumiu e comecei a ficar com muito medo. Mas não parei de andar. Quando me aproximei, o arco ficou tão grande e brilhante que eu não conseguia nem olhar de tanta luz. Eu não sabia o que fazer e pensei em voltar para casa. ‘Mas eu não posso voltar, porque tenho de levar o almoço do meu pai, então vou ter de encarar esse negócio...’, pensei.

                Perdi o medo e fui. Consegui passar debaixo do arco. Quando saí do outro lado a luz desapareceu, aí eu saí correndo sem voz. Cheguei onde meu pai estava e não conseguia falar. Meu pai ficava perguntando o que eu tinha visto e eu não falava nada. Voltei para casa muda e fiquei três dias sem falar e sem poder andar. Depois desses três dias eu voltei ao normal. Aí eu contei o que havia acontecido comigo naquele dia”.  

(Autora: MCR)

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