Mingo e Flávia na janela da vovó Eugênia (Arquivo JRS) |
Também nascido na praia do Sapê, vindo ao mundo ajudado pela vó Martinha, a parteira, o Domingos, dentre a irmandade, foi quem mais gostou de leituras desde menino. Nós vivíamos reinando, fazendo estrepolias de toda espécie, enquanto ele se concentrava em livros e gibis, nossas paixões afloradas assim que entramos na escola e aprendemos a ler e escrever.
Encantado pelas histórias, pela magia das palavras, mano Mingo desenvolveu o talento da poesia. O passo seguinte foi a publicação de livros, o resgate de fatos, pessoas e sentimentos que resultaram naquilo que somos e temos. Por exemplo, aqueles trabalhadores-negociantes que enfrentavam caminhos de barro, mar bravo etc. para nos prover com tantas coisas e utilidades, viraram poema no livro PEIXE-PALAVRA:
O MERCADOR
Uma vês por mês
chegava o mascate
que abria seu baú
para revelar
cortes de panos,
fitas,
lenços,
enfeites,
roupinhas de crianças,
que toda mulher
podia comprar
pela facilidade do crediário
na caderneta do libanês,
que todo mundo tratava por turco.
Um verdadeiro fenício
desempenhando seu ofício.
Finalmente, parafraseando Washington de Oliveira, o Seo Filhinho da Farmácia, por ocasião do aniversário da cidade de Ubatuba, em 1937, quando completava 300 anos: "Sede todos bem-vindos na terra da Exaltação da Santa Cruz".
Parabéns à minha cunhada Dulce, aos meus sobrinhos Paula, Victor e Régis, os faróis essenciais do mano Mingo.
Parabéns aos aniversariantes! E fora esses governantes que fazem de tudo para atormentar a vida dos servidores públicos, as nossas vidas!
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