Grande Adão na praia do Cruzeiro. (Imagem repassada pela mana Ana) |
Adão em Caraguatatuba - Arquivo JRS |
Passei, na parte da tarde, na casa da mana Ana. Dela escutei a triste notícia: "Adão morreu, Zé". Que triste perder tão grande amigo e irmão! Adão era amigo de todos, tinha prazer em cumprimentar as pessoas; em seu rosto transparecia constantemente uma serenidade e um ar de alegria. Adorava pescar e distribuir peixes aos vizinhos. Ninguém nunca se esquecerá disso. Além da pesca, fazia artesanatos. Não é à toa que muitos o conheciam por Adão, do artesanato. Naquela loja (Bazar Frei Angélico), pertencente à Casa Paroquial, na Praça da Matriz, ele trabalhou por anos. Ali se aposentou.
Adão vivia sozinho. Sua irmã mais próxima e os sobrinhos moram no Rio de Janeiro, em Santa Cruz, se não estou enganado. De vez em quando eles apareciam para visitá-lo. Como essas visitas o deixavam feliz! Me confessou que, crises entre os pais, resultaram na dispersão da irmandade. O reencontro aconteceu muito tempo depois.
Ah! Adão tinha, há mais de quarenta anos, uma moto CB 400. Ultimamente não se via ele se deslocando com ela. Sabe onde ficava? Dentro da sala dele, coberta, perfeita como se tivesse acabado de sair da loja. Me confessou que a deixaria para um sobrinho. Impressionante o cuidado desse meu amigo pelas coisas, pelas plantas cultivadas no reduzido quintal e pelas amizades que cultivou em Ubatuba. Todas as vezes que eu o visitava, sempre saía com uma carga de limões, abóboras e outras delícias colhidas por suas mãos.
Duas lembranças materiais do Adão permanecerão na minha sala: um chaveiro de concha e um quadro do Da Motta, presentes de coração.
"Toda pessoa que passa por nossa vida leva um pouco de nós e deixa um pouco de si mesmo". Como é verdade, meu irmão! A convivência com você me contagiou com um grande exemplo de vida.
Faço questão de acrescentar agora o comentário do amigo Carlos Lunardi, de Caraguatatuba:
Muito jovem conheci o Adão quando fui trabalhar na loja de artesanato no centro de Caraguá, o Bazar do Compadre, do Zé, irmão do Mário contador. Nessa época o Adão já tinha essa moto, e a molecada que trabalhava na loja ficava babando por ela. Outra coisa que lembro do Adão era sua paixão por passarinho. No fundo da loja tinha vários, e ele ficava lá cuidando deles. Lembro que tinha canários e um curió que, pelo que ele contava, valia muito dinheiro, foi a primeira vez que ouvi falar que um curió podia valer o preço de um carro ou até mesmo de uma casa. Nunca mais vi o Adão, mas por meu amigo Zé Ronaldo fiquei sabendo que ele ainda morava em Ubatuba. Meus sentimentos aos familiares.
Como já te falei, muito jovem conheci o Adão quando fui trabalhar na loja de artesanato no centro de Caraguá, o Bazar do Compadre do Zé, irmão do Mario contador. Nessa época o Adão já tinha essa moto, e a molecada que trabalhava na loja ficava babando por ela. Outra coisa que lembro do Adão era sua paixão por passarinho, no fundo da loja tinha vários, e ele ficava lá cuidando deles. Lembro que tinha canários e um Curió que pelo que ele contava valia muito dinheiro, lembro que foi a primeira vez que ouvi falar que um Curió podia valer o preço de um carro ou até mesmo de uma casa. Nunca mais vi o Adão, mas por meu amigo Zé Ronaldo fiquei sabendo que ele ainda morava em Ubatuba. Meus sentimentos aos familiares.
ResponderExcluirMinha mãe era cliente dele na loja de artesanato. E ele comprava camarão dela para pescar. Ficamos tristes com a notícia.
ResponderExcluirolá, Bruno. Creio que muita gente boa sentirá falta do Adão. Fica para nós o seu exemplo de vida.
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