Ilustração no livro de Hans Staden (Arquivo JRS) |
Desde 1937, a rua Formosa, no centro de Ubatuba, passou a ser chamada de Hans Staden, para homenagear o artilheiro alemão capturado pelos tupinambás e que permaneceu como prisioneiro em nosso território por cerca de dez meses, em 1554. De volta à sua terra, na Alemanha, escreveu dois livros contando do Brasil, da experiência junto aos nativos. Publicados em 1557, estão entre as primeiras obras que descrevem hábitos de seus habitantes e outros seres do continente americano. Tudo leva a crer que não foi em terras do nosso atual município de Ubatuba que se localizava a aldeia onde permaneceu por quase todo o tempo, mas sim perto de uma ilha. Uma xilogravura que ilustra sua obra mostra Ipaú Guaçu como referência geográfica (Ilha Grande). Ou seja, a aldeia estava no território fluminense, entre Paraty e Angra dos Reis. Só que naquele tempo não tinha essas divisas que hoje aceitamos.
Ilustração no livro de Hans Staden (Arquivo JRS) |
Enfim...nós temos a nossa rua Hans Staden! Quem escolheu as mudanças dos nomes de algumas delas foi um grupo de notáveis do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Está registrado na obra Terceiro Centenário de Ubatuba, publicado no ano de 1938:
Constituindo, entre as muitas finalidades do Instituto Histórico e Geográfico, dever precípuo a comemoração de todos os fatos grandiosos da nossa história, evidentemente não poderia passar a data de 28 de outubro de 1937 - 3º centenário da fundação de Ubatuba - sem que se fizesse notar, de forma remarcada, a ação desta entidade.
Assim, já em julho deste ano foi, em sessão ordinária, alvitrado que o Instituto tomasse a si o encargo de memorar o feito magnífico da paz de Iperoig, onde se destacou a figura de José de Anchieta, cognominado "Apóstolo de S. Paulo".
Após ter conhecimento de tudo isso, me pergunto acerca da razão de puxar a fama de Hans Staden para o nosso município? Acho que foi porque ele pisou neste chão no seu tempo de sofrimento. É merecido alguém que produziu detalhada documentação da nossa terra ser lembrado como nome de rua. Porém, mais importante é conhecer os seus escritos. Hora de ler mais, gente!
Zé, li Duas viagens ao Brasil. Achei-o muito interessante.
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