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Eu acho importante conhecer um pouco mais das ruas da nossa cidade, das razões de seus nomes. Hoje me deterei na rua Gastão Madeira, onde está a moradia do Tio Nelson, falecido recentemente. No começo da década de 1970 ele comprou um lote na terceira quadra; ficava na metade da distância, entre a rua Thomaz Galhardo e o aeroporto. Era tudo mato, pés de ubás em fartura, bambuzal ali perto, rua cheia de lama etc. Ximinguinho e outros viviam por ali caçando rãs. A localização servia de referência para nós da família. Era a rua do Tio Nelson! Mais gente estimada por nós vivia naquela rua: João Barreto e Maria, Belinho, Rochinha, Aládio, Juventino e Clície, Paulão e Maria, Claudete etc. A maioria das pessoas a chamavam de rua da Delegacia. Deixemos isso tudo para lá e vamos ao Gastão Madeira.
Gastão Madeira nasceu em Ubatuba no dia 20/06/1869 e morreu em 04/08/1942. na cidade de São Paulo. Filho de Maria Angélica de Galhardo Madeira (irmã de Thomaz Galhardo) e Dr. Joaquim Lázaro Madeira. Passou a infância na cidade de São Luiz do Paraitinga e em outras cidades da região. Aos 12 anos, na capital paulista, já se dedicava às pesquisas. Segundo escreveu Lita Chastan, em 1890 ele requer e obtém patentes de invenções, realiza conferências e faz demonstração de voos em pequenos aparelhos. Em 1892, publica no "Correio Paulistano" um estudo completo e fartamente ilustrado de seus trabalhos, concluindo as suas investigações sobre "o princípio do voo dos pássaros". Se forma e trabalha um tempo como advogado. Porém, não consegue sufocar a sua natureza de inventor. Parte para experiências com aparelhos maiores (planador, dirigível e aeroplano) e, em 1914, com 45 anos, embarca para a França em viagem de estudos. Regressa ao Brasil em 1917. É reconhecido como pioneiro da aviação mundial, figurando ao lado de Bartolomeu de Gusmão (o padre voador) e Santos Dumont. Não é à toa que, além da rua, o aeroporto da cidade também traga este nome: Gastão Madeira.
Há alguns anos, a neta de Gastão Madeira esteve em nossa cidade lançando um livro em torno da vida do avô. Dizia que ele costumava se apresentar assim: "Sou de Ubatuba. Um caiçara que deu certo". Em outra ocasião refletiremos em torno desta frase.
Estou curioso para ler o que você pensa sobre a frase "Um caiçara que deu certo". Não se esqueça dessa promessa!
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