Muitos dos que conheceram Silvério
Sabá ainda estão vivos. Por isso me entenderão melhor. Aos demais, acolham com carinho as contribuições desse caiçara que nos deixou há algum tempo.
“Pegue
isto, Zezinho. Dá um jeito de entregar para o Zé da Nhanhã. É raiz de malva
branca e serve para curar gengivas. Explique que é preciso ferver e enxaguar a
boca três vezes ao dia. Depois eu colho mais”. E funcionou mesmo!
“O
lugar dos meus avós - bem distante daqui !- numa ocasião estava assombrado.
Havia comentários que tinha um bicho assustando os viajantes que passavam por
ali à noite. Era um monstro de muitos braços e pernas. Não deixava ninguém
passar pelo caminho.
Vários
homens se reuniram para acabar com o tal bicho, mas desistiram quando estavam
perto do lugar (porque o medo era demais). Só um homem, chamado de Benedito,
pegou a sua foice e disse que tiraria essa a história a limpo.
Ele
foi chegando já preparado para o pior. O monstro estava lá com suas pernas e
braços. Mesmo com muito medo, Benedito foi em frente: pegou sua foice e passou
a atacar o medonho. Ele se levantava, mas o homem continuou a dar foiçadas.
Depois o monstro não se levantou mais.
No
dia seguinte, nas primeiras luzes da manhã, todos do lugar foram ver o
horroroso que se findara. Foi um grande espanto! No lugar da luta, o que se via
era um coqueiro todo destruído”.
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