sexta-feira, 3 de agosto de 2012

EIS A REALIDADE! O QUE FAZER?

Em 26/12/2010, eu escrevi o seguinte texto para ser publicado no O Guaruçá. A pretensão era ser uma contribuição ao texto do Júlio (O professor e o parlamentar). Afinal, o cidadão conhecedor das condições docentes, não tem como discordar e deixar de sustentar a lamentação: uma classe responsável pelo alicerce da nação, padecendo tais agruras, não será capaz de realizar um efetivo trabalho para que este país seja realmente Nação.       







            Eu já escutei em diversas ocasiões que a profissão – ser professor - agora é de inclusão. Ou seja, dentre os muitos abnegados mestres, há os espertalhões, os providos de caráter duvidoso, empurrados para fora do Ensino Médio, que, ao se inscreverem em qualquer faculdade, já podem participar em atribuições de aulas. Há casos de personalidades medonhas trabalhando com a educação de nossas crianças. E os pais, acomodados ou confiados que são na escola, esperam muito de todos os professores, sem se preocuparem na fiscalização de seus trabalhos. Some-se a isso o fato de muitos pais terem terceirizados seus filhos (“A escola agora também tem que ser pai e mãe. Assim é fácil ter filhos!”). Para encurtar a conversa, neste contexto é fácil entender porque predomina, entre os cidadãos, uma cidadania apática; que reclama, no máximo, com os seus botões. O grande contingente, os não-cidadãos, formados (?) por professores e pais em lastimáveis condições, correm por fora, mas contagiam cada vez mais pessoas com a lei do “leve vantagem”. Assim sujam tudo, destroem a natureza, detonam riquezas culturais de séculos, ocupam as calçadas com os seus “pontos comerciais”, tiram vantagens através do puxa-saquismo, caluniam a vizinhança que é intransigente e correta, desprezam a família como principal formadora de cidadania, se empenham para “o quanto pior melhor”, se promiscuam em degradações possíveis e inimagináveis etc. Daí então, no quadro retratado pelo Júlio, aparece o verdadeiro professor: o idealista capaz de desejar, do fundo da alma, que a presente geração seja melhor do que a dele. Só isto tem sentido: se acreditamos na evolução do ser humano, só faz sentido educar para a superação. Os meus filhos e os filhos deste momento histórico devem ser melhores do que eu. E isso só se consegue através da educação!

            Só uma educação de verdade será capaz de desencadear, por exemplo, uma ação de todos contra a legislatura em causa própria da maioria dos políticos que aí estão. Imagine, diante de um aumento descarado, estratosfericamente fora da margem do reajuste do salário mínimo do trabalhador brasileiro, restaria, depois de tantas atitudes possíveis, uma posição: todos deveriam deixar de pagar impostos. Afinal, não é dessa fonte que os “vampiros do povo” se nutrem? Eis uma ação não violenta que qualquer educado é capaz de fazer para realizar a CIDADANIA. Portanto, esta palavra desgastada porque ideologizada em favor de uma elite, torna-se o rumo do bom professor. Parabéns ao Júlio porque dá linhas mestras e age por CIDADANIA. Que muitos professores - recebam aqui os meus sinceros parabéns! - continuem acreditando e fazendo bem além do possível para a educação de nossos filhos, pois só assim teremos uma sociedade melhor. A todos: tenham como rumo de proa para cada dia vindouro a CIDADANIA, sobretudo a partir da nossa realidade mais próxima, da nossa cidade que merece fazer importantes acertos de rota e vai precisar de muita gente boa para tal realização.


                                               

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