Em 26/12/2010, eu escrevi o seguinte texto para ser publicado no O Guaruçá. A pretensão era ser uma contribuição ao texto do Júlio (O professor e o parlamentar). Afinal, o cidadão conhecedor das condições docentes, não tem como discordar e deixar de sustentar a lamentação: uma classe responsável pelo alicerce da nação, padecendo tais agruras, não será capaz de realizar um efetivo trabalho para que este país seja realmente Nação.
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Eu já escutei em diversas ocasiões que
a profissão – ser professor - agora é de inclusão. Ou seja, dentre os muitos
abnegados mestres, há os espertalhões, os providos de caráter duvidoso,
empurrados para fora do Ensino Médio, que, ao se inscreverem em qualquer
faculdade, já podem participar em atribuições de aulas. Há casos de
personalidades medonhas trabalhando com a educação de nossas crianças. E os
pais, acomodados ou confiados que são na escola, esperam muito de todos os
professores, sem se preocuparem na fiscalização de seus trabalhos. Some-se a
isso o fato de muitos pais terem terceirizados seus filhos (“A escola agora
também tem que ser pai e mãe. Assim é fácil ter filhos!”). Para encurtar a
conversa, neste contexto é fácil entender porque predomina, entre os
cidadãos, uma cidadania apática; que reclama, no máximo, com os seus botões.
O grande contingente, os não-cidadãos, formados (?) por professores e pais em
lastimáveis condições, correm por fora, mas contagiam cada vez mais pessoas
com a lei do “leve vantagem”. Assim sujam tudo, destroem a natureza, detonam
riquezas culturais de séculos, ocupam as calçadas com os seus “pontos
comerciais”, tiram vantagens através do puxa-saquismo, caluniam a vizinhança
que é intransigente e correta, desprezam a família como principal formadora
de cidadania, se empenham para “o quanto pior melhor”, se promiscuam em
degradações possíveis e inimagináveis etc. Daí então, no quadro retratado
pelo Júlio, aparece o verdadeiro professor: o idealista capaz de desejar, do
fundo da alma, que a presente geração seja melhor do que a dele. Só isto tem
sentido: se acreditamos na evolução do ser humano, só faz sentido educar para
a superação. Os meus filhos e os filhos deste momento histórico devem ser
melhores do que eu. E isso só se consegue através da educação!
Só uma educação de verdade será capaz
de desencadear, por exemplo, uma ação de todos contra a legislatura em causa
própria da maioria dos políticos que aí estão. Imagine, diante de um aumento
descarado, estratosfericamente fora da margem do reajuste do salário mínimo
do trabalhador brasileiro, restaria, depois de tantas atitudes possíveis, uma
posição: todos deveriam deixar de pagar impostos. Afinal, não é dessa fonte
que os “vampiros do povo” se nutrem? Eis uma ação não violenta que qualquer
educado é capaz de fazer para realizar a CIDADANIA. Portanto, esta palavra
desgastada porque ideologizada em favor de uma elite, torna-se o rumo do bom
professor. Parabéns ao Júlio porque dá linhas mestras e age por CIDADANIA.
Que muitos professores - recebam aqui os meus sinceros parabéns! - continuem
acreditando e fazendo bem além do possível para a educação de nossos filhos,
pois só assim teremos uma sociedade melhor. A todos: tenham como rumo de proa
para cada dia vindouro a CIDADANIA, sobretudo a partir da nossa realidade
mais próxima, da nossa cidade que merece fazer importantes acertos de rota e
vai precisar de muita gente boa para tal realização.
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