segunda-feira, 20 de agosto de 2012

É DA PROA DA MINHA CANOA...


Basta pouca coisa para avistar um sanhaço nas goiabas (Foto: Júlio)


                Como é bom ter sempre mais uma oportunidade para rever os amigos, visitar outros lugares, sentir mais de perto as coisas da terra! Foi o que eu vivi ontem, na área rural onde moram  a Cristina e o Roberto,  nossos amigos que migraram de Ubatuba para Natividade da Serra, um dos municípios vizinhos.


                Na casa deles, me embebedando de natureza preservada, depois de uma deliciosa refeição,  fiquei pensando nas pessoas que, dentro dos contratempos, continuam nos oferecendo muito, através da cultura popular, em cujo mês de agosto recebe uma dedicatória especial. O meu amigo Júlio está nesse rol.


                De uma rede estrategicamente armada próxima de um alimentador de pássaros, eu me pus a contemplar, a refletir, a pensar nos meus mais próximos e nos que estão um pouquinho mais longe. Recordei-me de uma poesia do Júlio Mendes que diz de coisas refletidas a partir da proa da canoa rompendo o mar. Ao chegar em casa, depois de receber um telefonema do mesmo para tratar de assunto do Museu caiçara, fui procurar a tal poesia. Portanto, para deleite de mais pessoas, apresento...


                 É da proa da minha canoa.

         É da proa de minha canoa
         Que eu vejo o céu e o mar
         Vejo serra e linha de praia
         Tudo a emoldurar
         O  meu lugar de morar.


         É da proa de minha canoa
         Que eu vejo o misturar
         De azuis, de verdes e brancos
         De céus, de matas e nuvens
         Que envolvem tão belo lugar.


         É da proa de minha canoa
         Que o vento sopra o olhar
         Que ondas balançam o pensar
         Que mareiam em cantos sonantes
         De sereias, de guetes, de anjos.


         É da proa de minha canoa...

(Fonte: O Guaruçá)

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