Em
muitas oportunidades, às margens do rio PURUBA, no lado Norte do município, eu
tive o prazer de escutar boas histórias e de experimentar saudosas
convivências.
Um
exemplo foi, através do Antonio, saber que ali, ao lado do campo de futebol,
funcionou uma beneficiadora de caxeta, uma madeira abundante da várzea. Era propriedade
de um espanhol; funcionou por muitos anos. Toda a produção era conduzida até a
praia vizinha (da Justa), de onde continuava viagem pelo mar para o Rio de Janeiro (virava lápis, tamanco etc.). O velho Guelo Fileto era o carreiro, o condutor dos
bois que faziam o transporte morro acima. Desse espaço, das duas praias, se
originou duas das nossas famílias tradicionais: Oliveira e Balio. Dona Maria
Balio, uma grande mulher, liderança ímpar da praia do Sapê, alfabetizadora
eficiente que nos deixou recentemente,
dizia toda orgulhosa: “Na praia da Justa está enterrado o meu umbigo”.
Vários
dos trabalhadores da caxeta vinham do município vizinho de Cunha. Foram eles os
portadores da tradicional Congada do Sertão do Puruba, cujo primeiro mestre foi
o Ditinho Alves. Para nosso deleite e orgulho, atualmente é mantida por mestre Dito
Fernandes e seus filhos.
No
encontro dos dois rios (QUIRIRIM e PURUBA), onde hoje as águas tomam o espaço,
era lugar da fazenda dos ancestrais dos Oliveiras. A pedra do portal, resgatada
das águas, está em propriedade do tio Dico.
Coisa
de que não se deve deixar de ver nos terreiros dali: as conchas das imensas
ostras que garantiram o sustento de tantos caiçaras daquele lugar maravilhoso.
Eu
espero que o Dia da Exaltação da Santa Cruz, padroeira da praia do Puruba, repleta de coisas de
caiçara (comidas, regatas, jogos, danças etc.), seja uma referência no mês de setembro, conste definitivamente no mapa
cultural do município.
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