Ontem,
após ouvir notícias de ventos fortes por este mundo afora, fui ler alguns poemas do Domingos.
O
MAR NOSSO trouxe uma recordação semelhante, da minha infância. Na praia da
Fortaleza, os bananais imperavam tanto nas baixadas como nos morros, pelas
grotas. Eles eram muito produtivos. Só que, de vez em quando, descia um vento
sudoeste arrasando tudo, prejudicando muito a subsistência dos caiçaras.
O
Mingo, navegando pelas palavras, consegue dizer melhor daquele lugar na nossa infância.
em um mar
de bananeiras,
cuja chaminé
soltava
rolos de fumaça
com cheiro
de pirão de peixe.
A casa
de meus avós
era uma
embarcação
no oceano
do bananal,
só percebida
pela bandeira
do padroeiro
São João
no mastro
principal.
A casa
de meus avós era um barco
cercado
de bananeiras
por todos
os lados,
que
quase ia a pique
em tempo
de moção,
sob as
vagas das folhagens
em furiosa
agitação.
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