domingo, 25 de julho de 2021

A JAQUEIRA DO TEÓFILO

 

Jaqueira do Teófilo - Saco das Bananas (Arquivo JRS)


Debaixo daquela jaqueira abarrotada, na beira do caminho:

Eu sou tudo isso que vivi e sigo vivendo.


Peixes nadam conforme puxo o fio do novelo da memória;

Pessoas passam, sorriem ou choram mesmo que não existam mais;

No rio encachoeirado pululam viventes de todas as formas;

Um coração infantil se delicia nas festas comunitárias;

Ouvidos me levam até as valas das saracuras a piar;

Vejo infinitas cores desde o sol até o verde bicho-medidor;

Sinto cheiro de ciosa, de tarumã, do pé de jasmim rente da pedra.


O futuro era um vulto.

O que eu poderia divisar naquele instante?


Uma simples gaivota na proa da canoa olhava,

buscava ver  no horizonte as novidades do grande mar.


"Coma aí, rapaz. Tá um mel!". Era Teófilo. Agora não é mais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário