Nas tardes de domingo, no "Bambu": um Pirão Geral de nossas raízes. |
Como é bom relembrar as coisas boas, sobretudo a poesia profunda e alegre do amigo Bado! É isso ai, Júlio! Vamos em frente!
Debaixo de um chapéu de sol,
Na beira do mar, vou te esperar.
A onda brincando com a areia,
De esconde brinca o guaroçá,
Tudo no mundo rodeia,
Eu também vou rodear.
O vento bole no cabelo
E a onda faz arrepiar,
A folha da palmeira dança,
Eu também quero dançar.
O colibri saracoteia,
A flor quer namorar,
Quem sabe na ciranda,
O meu bem vem cirandar.
Na beira do mar, vou te esperar.
A onda brincando com a areia,
De esconde brinca o guaroçá,
Tudo no mundo rodeia,
Eu também vou rodear.
O vento bole no cabelo
E a onda faz arrepiar,
A folha da palmeira dança,
Eu também quero dançar.
O colibri saracoteia,
A flor quer namorar,
Quem sabe na ciranda,
O meu bem vem cirandar.
Debaixo de um chapéu de sol, na beira do mar da praia do Cedro, estava a contemplar, não só o mar, mas também pescadores, guaroçás (guaruçás, garoçás, maria-farinha...), gaivotas, o verde da mata, o azul celeste... coisas lindas! Foi quando me veio à lembrança do poema que além do mais é letra de música de meu amigo Bado Todão. Disso, lembrei do tempo do Pirão Geral, movimento cultural popular que agitava as tardes de domingo sim, domingo não, ali na rua Dr. Esteves da Silva, atrás da “cadeia velha”. Foi ali que popularizamos o Boi de Conchas. E desse boi, foi que veio a inspiração de Bado, para compor a música “Debaixo de um chapéu de sol”, parte integrante do auto do boi.
Eu percebi nas canções do Bado uma forma poética simples, mas de grande beleza e profundidade pra quem tem, um pequeno que seja, conhecimento da cultura caiçara e sentimento por essa terra. As letras e canções do Bado me tocaram no sentimento e na alma, então eu, dentro do meu universo, passei a compor músicas da mesma forma. Das notinhas musicais que vovô Lindolfo me ensinou em minha pré adolescência, deu para musicar alguns simples poemas. Foi para mim um grande aprendizado o convívio com o Bado Todão naqueles dois anos de Pirão Geral, foi dali que despertei para a música regional.
O grupo O Guaruçá veio em seguida e começamos a compor, produzir causos e alegorias e fazer apresentações que falam das coisas de nossa terra. Já se vão 9 anos.
Hoje o amigo Bado comanda o grupo Ubacunhã que canta e encena, principalmente a cultura caiçara.
Obrigado, Bado, e parabéns pelo seu trabalho.
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