O segundo, na Praça Nossa Senhora de Iperoig (Arquivo Edson da Silva) |
O primeiro, na Praça da Matriz (Arquivo Ubatuba Histórico) |
Idalina Graça, pelo que sei a primeira escritora caiçara de Ubatuba, em seu livro Terra Tamoia, cita várias pessoas que fizeram algo de bom pelo nosso município. Algumas moraram, outras apenas passaram um tempo, mas deixaram, segundo a autora, bons sinais aos caiçaras e visitantes a partir de meados do século XX. Hoje, resgato das suas páginas Victor Meyer Leite.
Foi em uma tarde de maio, lembro-me bem. Nós já morávamos na Praça Nossa Senhora de Iperoig. Para ali havíamos transferido o nosso meio de vida, com um hotel muito menor que o outro. Porém, o prédio era de nossa propriedade.
O hotel estava vazio e eu estava ao lado de Albino, já doente por esse tempo; contemplávamos o pôr do sol. De repente, bem em frente ao mar, surge um casal. Firmo o meu olhar no casal e vejo-o dirigir-se para mim. Ele, cinquentão, simpático, bonito mesmo, distinto até nos pequeninos gestos que fazia com a mão a fim de mostrar à jovem esposa o cenário da nossa terra. Ela [Geralda] morena, cabelos pretos, ligeiramente ondulados, muito graciosa, ouvia com maior atenção as suas explicações. O destino fez com que parassem diante da nossa janela. Conversamos, trocamos ideias e ficamos amigos [...] Vim a saber que o nosso novo amigo era descendente de suíços radicados no Brasil, vivendo no interior do Estado, onde seus pais foram abastados fazendeiros [...] Amando Ubatuba como ama, radicou-se aqui, lutando abnegadamente ao lado das irmãs de caridade, em missão da A.L.A, para que a Santa Casa de Misericórdia viesse a ser uma casa de bondade em nossa terra, como realmente está sendo.
Algumas questões: onde estão os descendentes de Victor Meyer Leite? Será que guardam imagens e escritos do casal que aqui vieram morar no século passado? O que mais eles fizeram pela nossa cidade? Quem, ainda vivo, poderia contribuir com algo a respeito deles?
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