quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

ARTE E VERDADE

Imagens no muro (Arquivo JRS)


      Admiro os artistas. Por aí estão eles e elas pintando, escrevendo, encenando, cantando, trançando, entalhando, costurando etc. "Temos a arte para não morrer da verdade", segundo o pensador Nietzsche. Creio nisto também! 

      De repente, de um tronco saia um pescador pelas mãos habilidosas dos saudosos mestres Bigode, Da Motta, Jacob... Passando pelas ruas enxergo as pinturas do Cristiano, do Salomão, do Alexandrino e demais artistas. Quando criança, eu me encantava olhando o Cireneu criando sua paisagens alegres pelas paredes, azulejos e outros espaços. O Pio, entalhando seus quadros, me desviava de outras atividades para a admiração. Morávamos na mesma praia. E quantas horas fiquei escutando o Doquinha no violão, no cavaquinho ou na sanfona? E o que dizer das poesias do Zé Carlos Góis, da Hione, da Terezinha Fazzuoli, do João Batista, do mano Mingo e de tanta gente mais? Tenho bem vivo na memória o Eduardo na encenação de Morte e Vida Severina! E a adolescente Luci a declamar Operário em construção, do Vinícius de Moraes? Quanta emoção naquele 1º de maio, Dia do Trabalhador!?! E o pessoal do fandango caiçara? Gente nossa em festa! E essa gente toda fazendo violas e rabecas? Coisa linda! "Lin'demais!"

      Caso fosse possível, não deixaria de escrever a cada dia. Porém, há os compromissos da minha profissão, das atividades a serem preparadas e aplicadas na escola. Assim, não estranhe se, vez ou outra, aparecer um clarão nas minhas postagens. A verdade é: escrever é um prazer. Só que também vivo as limitações, pois preciso ganhar dinheiro. "Ah, esse vil metal!"
 

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