ERA TATUZÃO, MAS FICOU TUBÃO

Basílio, o prefeito junto ao mastro (Arquivo Ubatuba)

       A partir do ano de 1974, eu me encontrava na escola Capitão Deolindo, onde iniciara a quinta série ginasial. Ali permaneceria até o último ano do colégio, em 1980. Naquela época, o prefeito de Ubatuba era Basílio de Moraes Cavalheiro Filho, cuja gestão se estendeu de 1973 a 1976. De repente, dos corredores da nossa escola, avistávamos uma obra diferente, ao lado da delegacia de polícia, na rua Thomas Galhardo. "O que será aquilo?", se perguntavam muitos de nós. Mas dentre os colegas, moradores do centro da cidade, a molecada que vivia atrás de bola já dava a resposta: "Será um ginásio de esportes". E assim nasceu o "Tubão", palco de tantos e variados eventos ao longo dos anos. 

   

     Achávamos diferente aquela estrutura. "É um tatuzão deitado", dizia o colega artesão Roberto Alvim, do Itamambuca. Diferente e bonita. "Mas será que vai caber muita gente? A quadra será boa? Terá arquibancadas para acolher bastante gente?". Sim, amigo! Atendeu a tudo isso! Ou melhor, continua atendendo. Me comovo ao passar por ali sempre e ver a juventude treinando. De vez em quando, um evento maior reúne mais gente, mas nada se iguala aos jogos interescolares que por muitos anos aconteceram naquele espaço. Equipes de todas as escolas do município tinham uma semana de disputas nas mais diversas modalidades esportivas. Muitos adolescentes se encantavam em estarem no "Tubão". Quanto orgulho e quanta alegria naquelas carinhas! A essas gerações mais novas, descrevo um depoimento do Justo Arouca para a história esportiva de Ubatuba.

   

    Certo dia, o Prefeito Basílio, o Benedito dos Santos, diretor de obras do município e eu, fomos ao Tamoios Iate Clube, cuidar de algum assunto de interesse da Prefeitura com o Comodoro Magalhães que nos recebeu exatamente embaixo de uma construção de estrutura de um novo hangar para barcos. Enquanto trocavam ideias sobre o assunto a ser decidido, ficamos olhando aquela imensa cobertura. Não houve dúvidas, esperamos a conversa terminar e ali mesmo, quase implorando pedimos:

   -  Prefeito, por favor, faça um negócio deste para nós! É disso que precisamos, urgentemente.

   O Prefeito e o Benedito dos Santos olharam para cima, meditaram, e o Prefeito respondeu:

   - Não dá tempo, Justo. Mas vamos ver o que podemos fazer.

    Mas a coisa aconteceu. O Comodoro Magalhães cuidou da construção do Tubão em todos os seus detalhes desde o início, discutindo com a Primeira Dama, Dona Ruth, sobre a estética da construção e outros detalhes. Até hoje ele diz que se sente orgulhoso de ver o Ginásio servindo à mocidade de Ubatuba. É verdade!

         Em poucos anos o "Tatuzão" do Roberto, ou melhor o "Tubão" completará cinquenta anos. Imagine só!