segunda-feira, 13 de setembro de 2021

PEIXE DE FORA, PERIGO NO RIO

 

Soco-boi na valeta - Arquivo JRS

 

      Meu amigo chegou logo cedo falando o seguinte: “Os bagres africanos estão acabando com os peixes do rio Juqueriquerê. É uma tristeza escutar os pescadores dali, do entorno, lastimando o estrago que parece inevitável”. Mas como e quando começou essa tragédia? “Foi numa forte chuva de tempos atrás. Alguém trouxe bagres africanos para criar e comercializar, mas o tanque estourou e espalhou rio abaixo os peixes. Agora eles estão dominando tudo, comendo os outros peixes e demais seres que encontram por ali. Não sei onde vai parar a calamidade”.

      O que foi narrado configura desastre ambiental no rio Juqueriquerê, em Caraguatatuba. Geralmente são os seres humanos os principais causadores dessa modalidade sinistra. Muitos desastres já aconteceram! Um exemplo mais ou menos recente foi a chegada do caramujo africano, cuja intenção, também visando lucro fácil, era substituir  o escargot francês, apreciado na culinária por tal povo. Só que saiu  do controle, escapou dos criatórios e proliferou na natureza brasileira. No nosso litoral, eles rapidamente se espalharam pelos matos, muros, jardins etc. Assim que afirmaram ser eles transmissores de doenças, ocorreram cruzadas no intuito de caçá-los. Diversas escola e associações de bairros se empenharam nisso. Mas o que parece estar resolvendo mesmo foi o surgimento de alguns predadores desses seres exóticos, de fora. Quem primeiro me deu a boa notícia foi o primo Antunes: “Você acredita que gambá, lagarto e socó estão dando um jeito nos caramujos?”. Achei exagerado, mas confirmei pouco tempo depois, perto do rio, na casa do tio Dito, quando avistei um socó engolindo os bichos. Pode reparar que diminuiu  muito na região os tais caramujos. Agora me pergunto: “Quando surgirá um predador aos bagres?”

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