Soco-boi na valeta - Arquivo JRS |
Meu amigo chegou
logo cedo falando o seguinte: “Os bagres africanos estão acabando com os peixes
do rio Juqueriquerê. É uma tristeza escutar os pescadores dali, do entorno,
lastimando o estrago que parece inevitável”. Mas como e quando começou essa
tragédia? “Foi numa forte chuva de tempos atrás. Alguém trouxe bagres africanos
para criar e comercializar, mas o tanque estourou e espalhou rio abaixo os
peixes. Agora eles estão dominando tudo, comendo os outros peixes e demais
seres que encontram por ali. Não sei onde vai parar a calamidade”.
O que foi narrado
configura desastre ambiental no rio Juqueriquerê, em Caraguatatuba. Geralmente são os seres humanos os principais
causadores dessa modalidade sinistra. Muitos desastres já aconteceram! Um exemplo mais
ou menos recente foi a chegada do caramujo africano, cuja intenção, também visando lucro fácil, era
substituir o escargot francês, apreciado na culinária por tal povo. Só que saiu do
controle, escapou dos criatórios e proliferou na natureza brasileira. No nosso litoral, eles rapidamente
se espalharam pelos matos, muros, jardins etc. Assim que afirmaram ser eles transmissores
de doenças, ocorreram cruzadas no intuito de caçá-los. Diversas escola e
associações de bairros se empenharam nisso. Mas o que parece estar resolvendo
mesmo foi o surgimento de alguns predadores desses seres exóticos, de fora. Quem primeiro me deu a boa notícia foi o primo Antunes: “Você acredita que gambá, lagarto e
socó estão dando um jeito nos caramujos?”. Achei exagerado, mas confirmei pouco tempo depois, perto do rio, na casa do tio Dito, quando avistei um socó engolindo os bichos. Pode
reparar que diminuiu muito na região os tais caramujos. Agora me pergunto: “Quando
surgirá um predador aos bagres?”
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