Um urubu e seis carcarás (Arquivo JRS) |
No meu quintal e pelas minhas andanças, eu vejo e escuto muitos passarinhos. Desde criança nós convivemos nesse mundo de tantas cores e de tantos sons das aves. Muitos nomes eu aprendi com os meus pais e os mais antigos; alguns deles eu já me esqueci porque não os vejo e nem os escuto nas proximidades, mas... certamente estão pelas grimpas dos morros, evitando a nossa civilização que, além de barulhenta, parece não se importar mais em escutar a natureza. Hoje, no poema do mano Mingo, recordamos um velho tarumã, também chamado de taquiuva, onde o tempo todo era festa dos passarinhos, sobretudo quando as suas sementes se avermelhavam e serviam de alimento aos seres alados que enfeitam nossas vidas. Há muito tempo, uma dessas árvores, que ficava no caminho do rio, onde se servia a vovó Eugênia e mais gente, foi derrubada para, em seu lugar, ser construída uma mansão. Desconfio de uma coisa: tem ano que ela nem é visitada, permanece fechada. Porém, em nossa memória, ali tinha um tarumã que nos encantava e se enchia de passarinhos.
TARUMÃ
Neste dia de sol
Registro numa folha
Do meu caderno de bobagens
As ilustres visitas
Que chegam ao velho tarumã
Defronte à minha janela
Corruíra
Tié
Sanhaço
Periquito
Saíra
Rolinha
Sabiá
Mariquita
Bem-te-vi
Andorinha que faz desfeita
Efetuou um voo rasante
E nem te ligo
Foi esbanjar alegria adiante.
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