sábado, 11 de setembro de 2021

ESTEVES DA SILVA

 

Onde se estudava (Arquivo Ubatuba Antiga)
 

Esteves da Silva, por Paulo F.


         João Diogo Esteves da Silva nasceu em 09 de fevereiro de 1848, no Rio de Janeiro, cujos pais eram João Diogo Esteves da Silva Júnior e Josefina Augusta Cordeiro da Silva. Eles foram os alfabetizadores do menino. Em seguida foi cursar no Colégio Pedro II, então Ginásio Nacional, onde recebeu o grau de bacharel em ciências e letras no dia 29 de novembro de 1868. Matriculou-se em seguida na Faculdade de Medicina onde, após defensa de tese (Dos casamentos sob o ponto de vista higiênico), se graduou como doutor em 24 de maio de 1879. Doutor Esteves da Silva: assim seria chamado daí em diante.   


       Esteves da Silva permaneceu no Rio de Janeiro até novembro de 1880, época em que se mudou para Ubatuba, onde passou a residir e a exercer sua clínica. Nessa cidade, em 18 de fevereiro de 1882, contraiu núpcias com Maria Benedita Gonçalves Pereira, filha dos finados coronel Francisco Gonçalves Pereira e Dona Maria Fortes Pereira.


       Em 1881, fundou a escola noturna do Ateneu Ubatubense, sendo, nessa ocasião, presidente dessa sociedade. No ano de 1886, fundou a cadeira de Instrução Moral e Cívica, escrevendo então apostilas que se prestavam ao ensino daquela matéria e que, mais tarde, em 1897, reviu e ampliou, publicando-as em volume dedicado aos alunos do Ateneu e do Grupo Escolar "Dr. Esteves da Silva". Três anos depois (1890), nomeou-o o Governo Provisório professor e diretor de uma escola primária do 2º grau, no Rio de Janeiro. Em 1891, enfeixou em volumes os seus discursos, ou melhor, as suas conferências. 


      Foi, por várias vezes, eleito vereador à Câmara Municipal de Ubatuba, antes de ser eleito, no ano de 1898, deputado estadual. Entre muitos outros projetos, propôs a criação de núcleos coloniais no litoral norte e construção de edifícios escolares. Foi redator-chefe e fundador do Eco Ubatubense, jornal da localidade.


    Esteves da Silva faleceu em São Paulo, como deputado estadual, em 21 de novembro de 1901, tendo sido sepultado no cemitério da Consolação. Não deixou descendentes. Por fim, termina a biografia dele feita poucos anos depois de sua morte, escrita por Dr. Augusto César de Miranda Azevedo, no volume VI da Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo: "Vive ainda na cidade de Ubatuba, residindo no sobrado colonial do Largo da Matriz, Dona Maria Benedita Gonçalves da Silva, viúva do ilustre médico". 


     Infelizmente, esse patrimônio material não existe há muito tempo. Aquele centro histórico, capaz de dizer muito dos cidadãos e cidadãs de outro tempo, foi derrubado por força do progresso. Os seus poucos resquícios, quando desaparecerão de vez? 


   Ousai conhecer nosso (s)  museu (s)  e recuperar o que ainda for possível da nossa história. Pesquise e registre os sinais e as pessoas que ainda estão entre nós. Um pouco daqui mais um pouco dali resultam num tanto maior. Com certeza!

2 comentários:

  1. Infelizmente, em nosso país, não há preocupação em preservar a memória. Parece que só o novo é que tem valor.

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  2. Preservar a memória é perigoso, faz pensar sobre os caminhos que fizemos e os rumos que podem ser elaborados.

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