terça-feira, 7 de setembro de 2021

MINHAS RAÍZES E UM SONHO

 

Minha homenagem ao vovô Estevan (Aqruivo JRS)

EU VIM LÁ DAS BANDAS DA CAÇANDOCA E PULSO

    De vez em quando me perguntam se eu sou quilombola da Caçandoca. Afinal, lá está a minha raiz por parte de pai. A seguir, uma breve explicação de minhas origens.

 

1- Leonardo Lopes dos Santos foi casado com Thereza Engrácia de Oliveira (ou Thereza Gonçalves de Jesus).

2- Fabiano Lopes dos Santos, filho do casal acima, se tornou marido de Zulmira Joaquina Cabral. Ele, cujos irmãos eram Manoel, Miguel, Maria Thereza, Ana, Francisca, Verônica, Benedita e Terezinha, faleceu em 25/02/1950, na praia do Pulso. 

3- De Fabiano e Zulmira, nasceram sete filhos, dentre eles, a vovó Martinha Lopes dos Santos (ou Martinha Zulmira Cabral). Minha bisavó Zulmira faleceu em 09/03/1970, no bairro da Estufa. Eu a conheci poucos tempo antes, quando fomos - papai, mamãe e filhos -  lhe fazer uma visita.

4- Leovigildo Félix dos Santos, um dos oito filhos de Estevan Félix dos Santos e Martinha, foi casado com Laurentina Francisca de Jesus, nascida na praia da Fortaleza. Tiveram seis filhos: Ana, eu,  Domingos, Jairo, Clóvis e Wagner).

5- Eu (José Ronaldo dos Santos)  e Gláucia Aparecida Batista dos Santos, somos os pais de Maria Eugênia e Estevan José.

6- Francisco Félix dos Santos, meu bisavô paterno, pai do vô Estevan, adquirente de “uma parte da Fazenda Cassandoca”, faleceu no dia 20/02/1919, na Caçandoca. Vítima da gripe espanhola, diziam. Vovô Estevan, nasceu em 15/02/1908, na Caçandoca, e faleceu no bairro da Estufa, em 20/01/1990.

7- Joaquina Brandina de Amorim, minha tataravó, mãe de Anna de Amorim, e esposa de Francisco Aleixo Cabral, faleceu em 02/10/1932, na praia do Pulso. Era filha de Joaquim José de Amorim, o dono das terras da praia do Pulso.

8- Joaquim José de Amorim, comprador do Pulso, foi casado com Brandina Amorim. Uma de suas filhas, Joaquina Brandina Amorim, irmã de Anna de Amorim, minha tataravó, foi casada com Francisco Aleixo Cabral, aquele que criava cabras na Ilha da Maranduba.

9- Joaquina Brandina Amorim e Francisco Aleixo foram os pais da minha bisavó Zulmira Brandina Amorim e de outros filhos: Eliza, Izabel, Maria, Sebastião, Gerôncio e mais uma menina que morreu criança.

10- Zulmira foi casada com Fabiano Lopes dos Santos e tiveram os seguintes filhos: Sebastiana, Martinha (vovó), Anastácia, Geraldo, Luiza, Appolônia e Thereza. Outras três morreram crianças.

11- Os meus tataravós Francisco Félix e Anna de Amorim (ou Anna Maria da Conceição) tiveram dois filhos e duas filhas: Leopoldo, Estevan, Alzira e Eugênia.

12- Estevan e Martinha, meus avós paternos, tiveram oito filhos: Antônio. Francisco, Lúcio, Leovigildo (meu pai), Aristides, Benedito, Manoel e Sebastião.

13- Tia Apollônia explicou um dia que, após o falecimento de Anna de Amorim, os filhos desta, que viviam sem os devidos cuidados, foram levados para viverem na praia do Pulso, na casa da tia deles, Joaquina Brandina Amorim, esposa de Francisco Aleixo Cabral, um dos meus tataravós paternos.

14- Resumindo tudo: todos esses familiares moravam na Caçandoca e Pulso, duas praias na porção norte do município de Ubatuba.

15- Em relação às terras onde esses familiares moravam, um documento registrado logo após a Lei de Terras (1850), em 1855, diz que “Francisco Alves Granadeiro possue uma sorte de terras na praia da Cassandoca contendo mil braças mais ou menos, os quais partem de hum lado com terras de Raimundo José de Meneses Froes”.

16- Em 1858, consta que Joaquim José de Amorim adquiriu “uma sorte de terras no logar denominado Praia do Pulso que do lado Norte parte dom terras de herdeiros do finado Raimundo José de Meneses e do lado Sul com terras da Fazenda Cassandoca. Transmittente: Francisco Alves Granadeiro e sua mulher Dona Maria Gertrudes de Jesus Granadeiro”. Data da escritura: 09/01/1858. Um pouco depois, em 25/01/1858, é lavrada a escritura de compra da “Fazenda da Cassandoca , o qual compreende a praia do mesmo nome, e, a denominada Cassandoquinha, por onde se limita com as terras dele, comprador, e por outro lado com terras de Joaquim José D’Amorim, e fundos vertentes de Sítio denominado Praia do Pulço, pertencente aquele dito Amorim, a José Antunes de Sá. Vendedores: Francisco Alves Granadeiro e Maria Gertrudes de Jezus Granadeiro”. Esse José Antunes de Sá foi pai de Ezídio Antunes de Sá, o tio Ezildio, esposo da minha tia-avó Luzia, irmã da vovó Martinha. Filhos do casal: Maria, Tobias, Vicente, Catarina, Jorge, Sebastião e Antônio, o meu compadre “Antunes” (que foi esposo da comadre Vitória).

17- Em 1897, no dia 24/11, o meu bisavô Francisco Félix dos Santos, adquire “uma parte da Fazenda Cassandoca”. O vendedor é Francelino Antunes de Sá. Onde seria essa parte? Provavelmente no sertão, onde ele vivia com a família.

   Por toda esta história e de tantos que fizeram suas posses no referido pedaço de chão, desde a Barra da Maranduba até o Canto das Galhetas, eu sempre defendi a criação de um Território Tradicional Caiçara, de usufruto de caiçaras oriundos de tantas famílias que ali se originaram e prosseguiram vivendo por séculos, tendo a natureza com principal aliada. Todos são nossos parentes!

2 comentários:

  1. É mesmo! Só para dizer que, dentro das terras documentadas, o que valia era manter uma posse para se sustentar.

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