A casinha do nhonhô Armiro, na Fortaleza (Arquivo JRS) |
E, debaixo de uma sombra, a prosa feito poema continua. Dá-lhe, Santiago!
Nos disseram que a riqueza ia chegá pra todo mundo
mas nóis já era rico e sabia
agora nóis não é mais não
Prometeram tanta coisa
e não veio nenhuma não
Hoje em dia a gente vive empurrado pro sertão
si nóis sobe os pé de serra prá fazê uma casinha
vem os home do meio ambiente e põe no chão
mas as casa grande dos turista não põe não
si nóis faiz uma roça prá plantá
feijão, cana, mio ou mandioca
vem as lei e ranca tudinho
mas as piscina nas costera não
Uma coisa que cumpriram
Direitinho e sem perdão
foi tirá nóis da nossa terra
sem nenhum direito não
Nóis morava lá na praia
perto da boca do rio
respeitava os ciclos da terra
respeitava os ciclos do mar
Então veio também o parque
estadual da serra do mar
e também disseram que a gente não podia mais plantá
nem siquer fazer conserto
das parede do nosso lar
mas quando vem a chuva forte
E derruba os píer dos políticos
Que tem mansão na beira do mar
ele liga pro governadô
e põe di novo no lugá
e a gente fica pensando
que o dinheiro compra tudo, as lei, os home, o mundo
e também nosso lugá
só não compra nossa história, nossas alma e nossas vida
mas a tristeza há de ficar
E é por isso que eu lhe digo
seu moço tar de ambientalista
senhorita estudada em biologia
e nessas coisas mais que oceis adora proseá
co’as palavras que só oceis intende no paper
Nóis não tem estudo não, nóis não tem diploma ou carro
nossa faculdade é o mar, é as planta da floresta
os rios e os animá
nosso estudo é as época de cada coisa,
cada planta, cada cardume de pexe
cada fase da lua, cada maré que sobe e desce,
isso a gente aprendeu cos bisavós e
tem dado certo inté então
inté chegá o governo co’as suas leis estranhas
e co’as suas opressão
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