sexta-feira, 21 de maio de 2021

O OBELISCO

 

1937- Inauguração do obelisco na praça da Matriz (Arquivo Ubatuba)


     Era o dia 30 de outubro de 1937.

     Impertinente chuva caía, o povo adensado na praça, crianças uniformizadas das escolas circundando o obelisco. Pequenos marinheiros da Escola de Pesca de Santos, perfilados. Precisamente às 14 horas estruge uma salva de 21 tiros e o dr. Felix Guisard Filho descobre o elegante e rico monumento. Trata-se de uma esguia coluna de oito e meio metros de altura, toda de granito picotado, tendo nas faces anterior e posterior, de um lado a esfera armilar do Estado do Brasil, marco da época da colonização e de outro, no simbolismo severo do bronze, o brasão de armas da cidade. Nas faces contrárias, duas placas de bronze com inscrições, elaboradas pelo ilustre membro do Instituto Histórico e diretor do museu do Ipiranga, sr. dr. Afonso d'E. Taunay [...] Descoberto o monumento, o revmo. padre J. Passos, sacerdote ubatubano e cura da catedral de Santos, deu, de acordo com o rito católico, a benção cristã ao marco comemorativo dos trezentos anos de vida de sua terra natal.

    Ato contínuo, o sr. dr. José torres de Oliveira, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo, diz das razões que privaram Ubatuba da presença do ilustre chefe do Estado, que mais de uma vez demonstrara firme intenção de comparecer à solenidade e inaugurar o obelisco chantado na própria praça onde se viam as ruínas do "Ateneu Ubatubense", primeira casa de instrução que s. excia. frequentara na meninice. Infelizmente todos os ubatubanos, com os próprios olhos, estavam vendo quais eram essas razões, exclusivamente determinadas por traição do tempo.

(Do livro Terceiro centenário de Ubatuba - Instituto histórico e geográfico de S. Paulo)

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