Luar no caminho de Aiuruoca (Arquivo JRS) |
Estou andando pelos caminhos.
Ouço gente – e não são poucos! Dizem: “Após
este pesadelo da pandemia, a humanidade voltará a sonhar”. Eu pergunto: Quais
sonhos? Sonhos capitalistas de acumulação às custas do trabalho e de vidas dos
outros? Sonhos de acabar com a natureza para ostentar padrões de vida absurdos,
destoantes da maioria da humanidade? “Não,
não e não!”. O meu sonho é este
sonho que está sendo perseguido há muito tempo, bem antes da pandemia. É sonho
de uma sociedade mais igualitária, onde o trabalho não seja uma maldição. Meu
sonho é que os direitos se alastrem, não sejam destruídos. Não faz parte do meu
sonho votar a favor do ódio às minorias, defendendo os interesses dos ricos,
das potências econômicas, divulgando mentiras e praticando, em discursos e
atos, a violência. Meu sonho é que os direitos humanos se alastrem, não
sejam destruídos até mesmo em “embalagens religiosas”. No meu sonho, a paz e a
justiça imperam. A pandemia comprova, mediante ações solidárias, que o meu
sonho é o mesmo de muita gente. Já o vivenciam aquelas pessoas que não estão
escravizadas pelo capitalismo. “Dinheiro
não enche a barriga. Rico não escapa da doença. E morre também!”.
Olho para alguns, caminhantes também, miseráveis: “Infelizmente a culpa é a sua
própria verdade”. A morte vai me alcançar um dia, mas meu sonho continuará
existindo. Enquanto vivo, tenho o dever de anunciá-lo, de vivê-lo! “Ah! Quantas coisas continuam no livro do
silêncio!”.
Sonhos novos não vão renascer em
corações que continuam contaminados, pensando como uma elite que se fez
destruindo tanto pelos séculos e séculos. “Ah!
Quantos se deliciam no estrume enquanto se negam ao banquete que novos sonhos
poderiam oferecer!?”
O nosso ser e o nosso trabalho precisam ser revisitados, revisados! Não estarão
perpetuando a hierarquia de classe? Não estarão alimentando a intolerância e a
agressividade? Que bons sonhos poderão vir
com tais bases? “Senhor, livrai-nos do
mal, sobretudo das mentiras vindas do governo que almejam o mal para nós, parte
da maioria excluída. Amém”.
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