quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Puxando o carro


A São Glória e o Corrêa contavam que em algumas noites se ouvia o rangido parecido com o de carro de boi vindo da rua, mas era de um tipo de carro de madeira menor, que costumava ser puxado por bodes. Isso acontecia às altas horas da noite, muitas vezes. Eles e outras pessoas chegaram a ver o que era, mas ninguém teve a ousadia de chegar perto.
Certa noite, ao ouvir o conhecido rangido do carro, o Corrêa se levantou apressado e se colocou junto à fresta da janela para observar cautelosamente. Dali viu passar o carro de madeira carregado com duas bandas de porco sendo puxado vagarosamente por um vulto. Desviou um pouco o olhar e quando voltou a ver, não enxergou mais o vulto, mas tão somente o carro rodando sozinho.
A São Glória explicou que perto dali viveu um fazendeiro muito ruim, que mandou matar dois homens que haviam lhe roubado um porco e trouxe de volta o porco roubado. Quando morreu, o tal fazendeiro passou a assombrar a região, sempre puxando o carro com o porco dividido em dois.

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