Ricardo, a rabeca e as crianças (Arquivo Kilza Setti -1978) |
Ruas enfeitadas para o carnaval (S.Luiz de Paraitinga- 1993) |
Aproveitando o rumo deixado por João Cabral a respeito da alma pelo corpo inteiro, que tal refletir sobre a alma do povo, o sentido cultural da nossa vida?
Na primeira imagem, na comunidade do Ubatumirim, é a partir da música e os sons tirados de um instrumento fabricado pelo próprio músico que a realidade e os sonhos tornam-se parte da alma caiçara.
Na fotografia da cidade vizinha, a partir dos enfeites feitos com as técnicas e os materiais que fazem parte do cotidiano dos moradores, sente-se a alma caipira.
Portanto, cada localidade inteirada com o meio natural onde se desenvolveu, permitindo o mínimo de influências midiáticas em seus aspectos negativos, consegue cultivar a sua alma e se orgulhar disso.
São as crianças, escutando e vendo aqueles que manejam a cultura (através da música, das técnicas, das devoções, das festas etc.), que perpetuam a alma de um povo. Agora, como parece haver uma imposição de uma cultura de massas, é urgente que a escola resgate os valores locais. A lição vem da natureza: se a terra não for cultivada com todo carinho, as plantinhas vão se definhando. Pode chegar o dia em que nem mesmo a memória daquele lugar ainda resista. É quando a alma se torna artificial, imposta pelos interesses econômicos e/ou políticos de uma minoria.
É isto: a alma de um povo está em cada mínimo traço da sua cultura. Assim como o corpo, a cultura pensa.
É isto: a alma de um povo está em cada mínimo traço da sua cultura. Assim como o corpo, a cultura pensa.
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