Foto postal -1978 |
A imagem mostra uma praia vazia porque é um dia comum, mas... a imagem seria outra em época de férias. Afinal, a Enseada, juntamente com as praias do Lázaro, Itaguá e Perequê-açu, era a praia mais frequentada nesse tempo. Os motivos eram a limpidez da água, a extensão da praia, a tranquilidade das correntes marítimas e os agradáveis pontos comerciais (restaurante da Zenaide, rancho do Araca, bar do Luís Silvino e outros estabelecidos no jundu quase totalmente conservado).
A Enseada também era muito piscosa, com pescadores ousados, acolhedores e sempre sorridentes. Exemplos: Tião Giró,Maneco Antunes, Fabiano, Dito Henrique, Bráulio Rocha, Dito Funhanhado, Elídio, Alcides Lopes, Almeidinha e tantos outros. Ainda: é dessa época o tino comercial do Eduardinho Graça como empresário caiçara da pesca. Outro produto abundante nesta praia era o sapinhaoá, um valioso componente da cozinha caiçara. Por isso era comum encontrar até famílias inteiras a mariscar por ocasião de marés baixas.
Um detalhe mais ao longe da imagem é a alteração no morro da Santa Rita, quando está começando o loteamento, as construções de mansões por todo o local. Hoje, é impossível reconhecer a simpática prainha que outrora abrigou a concorrida capela de Santa Rita até a década de 1950, quando foi deslocada para o canto esquerdo da Enseada. Alguns caiçaras diziam que foi uma artimanha do cobiçoso comerciante Maciel e de Bráulio Santos para se apoderarem das posses caiçaras. Portanto, ao visitar a referida capela, reflita sobre a história que a envolve. Afinal, a remoção do "espaço sagrado abriu espaço para a especulação imobiliária naquele pedaço de paraíso”.
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