Numa ocasião em que a tia Izolina nos visitava, assim que alguém usou a expressão “então coma ovo do diabo do inferno!”, ela aproveitou para esclarecer que esse dizer é muito antigo. Explicou para nós que se referia a estranhos ovos de pedras que de vez em quando, desde os mais antigos, alguém achava: “No morro da Praia do Pulso existe até hoje um lugar por nome de Greta dos Ovos; foi onde o Anastácio encontrou uma ninhada de quatro deles”.
Bem mais tarde, coisa igual escutei do Eugênio Inocêncio: “Na Ilha da Vitória, na Tiguera da Sinhana, num buraco, tinha dez ovos de pedra”.
Uns parentes religiosos se benziam ao dizer que João Pimenta, “O incréu”, tinha em sua cristaleira, um “ovo do diabo”.
Até nem me lembrava mais disso, mas... neste semestre, o meu irmão Jairo, realizando um serviço na Praia da Ribeira, encontrou mais ovos, uma ninhada. São provas da nossa história antiquíssima, onde até “os homens continuavam no barro”.
Os pesquisadores irão nos dizer mais. Espero que em breve! Por enquanto fiquemos com a versão caiçara dos “ovos do diabo do inferno”.
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