Os indígenas desta região, da antiga aldeia de Iperoig e de outras do mesmo grupo (Tupinambá), na terceira década do século XVI, começaram a ser aprisionados para o trabalho escravo nos engenhos da Baixada Santista, mais especificamente nas fazendas de Martim Afonso de Souza, Bráz Cubas e outros. Nesse trabalho, foi fundamental aos portugueses se aliarem aos tupiniquins, inimigos naturais dos primeiros.
As péssimas condições, que causavam tantos sofrimentos e mortes aos nativos, deram origem ao movimento hoje conhecido como Confederação dos Tamoios. Segundo os historiadores, foi a primeira organização do gênero (resistência aos invasores europeus) em toda a América.
As aldeias do ramo Tupinambá se uniram primeiro, mas logo convidaram outros grupos. Afinal, eles eram os primeiros da terra, os mais antigos (tamuya). Tinham que lutar por aquilo que era deles, que era garantia de dignidade. De certa forma, podemos dizer que um pequeno grupo de franceses do Rio de Janeiro também dava apoio aos índios nesse propósito. Vale relembrar: não eram somente os portugueses que estavam tão ávidos por lucros sobre estas terras e os moradores daqui.
Depois de muitas lutas, onde, contra o poder armado dos portugueses, valia muito o conhecimento do espaço físico e a familiaridade com a natureza (principal característica dos indígenas), houve o apelo para a Igreja. Foi quando entraram em cena os padres Anchieta e Nóbrega.
Na verdade, os padres já tinham certo prestígio junto aos indígenas; tinham conseguido isso se inteirando do mundo mítico dos indígenas (relembro a Terra sem Males) e se aproveitando do assistencialismo que marcou e marca até hoje a sociedade brasileira.
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