Acabou a festa literária em Paraty (Flip). Foi boa, mas nos deixa deprimidos porque, olhando as “fotografias” de tempos passados, vemos que ambas –Ubatuba e Paraty- têm as mesmas características: estavam na rota do café, tinham condições favoráveis às atividades portuárias e possuíam estradas que interligavam ao Vale do Paraiba e Sul de Minas. As duas também tiveram, depois, um período de quietude, sem razão de existir, porque foram excluídas das rotas econômicas.
O que as distinguem então?
Com o advento do turismo, favorável a ambas, houve percepções diferentes. Enquanto as lideranças políticas e econômicas de um conservaram as características culturais e arquitetônicas porque enxergaram um veio lucrativo, no outro, tal como um “consumidor nota dez”, buscou-se desvencilhar “das velharias, que não condizem com o progresso”. Então, nós de Ubatuba perdemos tudo, ou quase tudo que dava um sentido ao nosso passado histórico.
Citei isso tudo de passagem só para chegar a um ponto: a descoberta da cidade vizinha pelos caiçaras de Ubatuba. Fiquei impressionado por encontrar até mesmo parentes inimagináveis em outras edições da Flip. Estavam encantados pela cidade, pelas montagens e pessoas bonitas que era em profusão nos caminhos de pedras. Até fretaram um barco para conhecer alguma ilha da enseada de Paraty. Deste modo expressaram a grande alegria:
- Isso aqui está maravilhoso! Ainda bem que nós viemos em lotação; dá para aproveitar bem o dia! Você não quer dar uma volta de barco com a gente, Zé?
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