De que vale a sinalização sem a educação? |
Eu sabia que, em algum lugar, no livro A farmácia do Filhinho, tinha alguma referência relacionada às bicicletas há cem anos. Assim está escrito na página 22:
“Meus pais foram bastante severos para conosco. Raras vezes podíamos fugir de casa para uma traquinagem. Durante o dia suportávamos bem o rigor que nos impunham, mas as noites eram enfadonhas. Escurecendo cedo na rua, também em casa a iluminação era precária: um lampião apenas na grande sala de jantar onde ficava reunida a família, alguns lendo, outros palestrando; as mulheres fazendo crochê; e nós, crianças, quase calados e imobilizados para não perturbar a conversa ou o entretenimento dos mais velhos. Só nas noites enluaradas podíamos brincar na rua, apenas em frente à nossa casa, com a expressa recomendação de “muito cuidado com essas bicicletas”. Mas havia na cidade apenas cinco bicicletas que constituíam o temor das mães: “Meu Deus! Essas bicicletas em doida disparada pelas ruas! Se pegam uma criança!”.
O tempo passou... Morreu o Dito Bento, que tinha a sua oficina de bicicletas grudada à pensão do Braga e à própria farmácia do Filhinho. Tudo isso na Praça da Matriz. As bicicletas, agora milhares, são verdadeiro perigo! Principalmente porque falta educação e falta correção aos infratores. Os riscos agora são muitíssimo maiores.
Educação:
Ah!!! Quanta falta!!!
Certamente que, na infância de seo Filhinho, já se preocupavam em aperfeiçoar a civilização neste chão, antiga Vila da Exaltação da Santa Cruz do Salvador de Ubatuba. Os ciclistas que, aos olhos das crianças daquele tempo não ofereciam perigo, constituíam para as mães um detalhe importante.
Este detalhe não pode “passar em brancas nuvens”, sobretudo às autoridades constituídas para zelar pela cidade. A educação dos ciclistas pode e deve avançar muito!
O espaço caiçara tem que ser o melhor lugar para se viver!
Precisa ser melhor fiscalizado pelo órgãos competentes, bem como ser vistoriada a qualidade da ciclovia, que visualmente já se percebe vários defeitos em sua construção...
ResponderExcluirParabéns pelo texto; o toque de humor presente é um grande e agradável diferencial.
ResponderExcluirFoi inevitável lembrar-me do recente caso do sr.que atropelou ciclistas (e não bicicletas) em Porto Alegre.
Não sei de que ano é o livro 'A farmácia do Filhinho' que, apesar de fazer referência ao perigo que as bicicletas representavam (e não os seus condutores), já antevia uma diferenciação entre bicicletistas e "bicicleteiros", assim como há uma distinção pronunciada entre motociclistas e "motoqueiros".
E como tu dizes: Educação, ah... quanta falta!!
Um abraço
Marlene, direto do morro do Funhanhado.