domingo, 13 de março de 2011

Benedito Chieus: um caiçara zelando pelo verde


O meu amigo Dito sempre foi privilegiado em relação ao contato direto com a natureza. A maior parte de sua vida passou como funcionário na Estação Experimental do Horto Florestal: por décadas foi o responsável pelas medições meteorológicas, o que significava monitorar os diversos aparelhos várias vezes por dia, sem folga, para enviar os dados diariamente a uma unidade central, de onde saem as previsões do tempo. Portanto, ao receber informações oficiais sobre o tempo no país, não deixe de pensar nos muitos “Ditos” que cumprem – mais que religiosamente! – a tal função de fornecimento de dados em muitos pontos do território nacional. (Em tempo: atualmente quase todos os aparelhos estão automatizados). Mas não é só por isso que eu presto homenagem a este caiçara, cuja linhagem está ligada aos Chieus, proprietários da Fazenda Velha, no começo da estrada do Monte Valério, onde era fabricada a famosa cachaça Ubatubana. A mardita era de estalar a língua! Haverá ocasião para se falar disso!
            Atualmente aposentado, o Dito cultiva mudas na mata ciliar da cachoeira dos Macacos. Sua casa é logo no começo da estrada, assim que se sai da rodovia Oswaldo Cruz. Deste jeito ele preserva o que tem de ser preservado, faz uma coisa que é a sua paixão. E faz mudas! Adora fazer mudas!
            Sempre a gente se encontra, troca mudas, comenta acontecimentos e fala de histórias da nossa gente. Qualquer pessoa não terá dificuldade alguma em gostar do Dito e da sua empolgação pela natureza que nos rodeia. Também não tem como, após uma visita a este caiçara, deixar de se comprometer ainda mais pela preservação da nossa mata, dos nossos rios e dos outros recursos naturais que constituem o nosso principal capital. Pode, também, aproveitar para colaborar com um recurso encontrado por ele para melhorar a condição de aposentado: produção e vendas de mudas. Vale a pena conferir!
            Na minha última visita ele fez questão de mostrar o rio limpo. Afinal, a correnteza foi tamanha que nada restou da sujeira jogadas pelas  “pessoas civilizadas”. Sabe onde vai parar cada lixo tratado dessa forma? É isso mesmo! O destino é o mar, as praias.
            Tenho a certeza de que enquanto houver “Ditos” praticando a sustentabilidade na mata ciliar deste município, ninguém vai abandonar carros velhos, sucatas; nem montar casebres, mansões etc. que destroem esse “lugar sacrossanto”, conforme dizer do finado Antonio Maior, do Ubatumirim.

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