Em outros tempos, eu diria que essa canoa era do tio Lindo, da praia do Cedro |
Pensando nas transformações do espaço da cultura caiçara, procurei um texto que eu tinha a certeza de ter lido em algum lugar. Achei! Foi Goldstein quem disse que “o ambiente de um organismo não é algo acabado, mas vai se formando continuamente, à medida que o organismo vive e age. Poder-se-ia dizer que o ambiente é extraído do mundo pela existência do organismo, ou, mais objetivamente, que um organismo não pode existir se não conseguir encontrar no mundo, talhar nele para si, um ambiente adequado, contanto, naturalmente, que o mundo lhe ofereça essa possibilidade”. No nosso caso, nesse lugar específico entre a serra e o mar, o caiçara é esse organismo que talhou o ambiente, mas, ao mesmo tempo é talhado pelo mesmo. Em Biologia, é o que se denomina simbiose, mutualismo ou qualquer coisa parecida.
Esse ambiente talhado - e que talha! – deve ser objeto de reflexão para ser significativo aos que chegam buscando uma empatia. Só esta disposição pode barrar os “disfarçados” mercenários do ambiente caiçara. Decorre disso a vontade de enfrentar aqueles que barram os Caminhos de servidão, poluem nossos rios, destroem nossos mangues e várzeas etc.
Enfim, citando Mead: “O ambiente é uma seleção dependente da forma viva”. Acrescento que a forma viva (nós) não seremos nada sem esse ambiente que até hoje se manteve.
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