Capela S.João Batista, na praia da Fortaleza, o torrão natal de tio Domingos. |
O meu tio-avô Domingos que, por volta de 1920, foi para a Baixada Santista em busca de trabalho e de melhores condições de vida, se escandalizou no primeiro carnaval em São Vicente. Não esqueço a história porque, sempre que voltava ao seu torrão natal, ele a repetia essa e outras mais para nós:
“É saindo de Ubatuba que a gente vê ‘coisas do arco da velha’. Imaginem só que, junto ao Morro da Biquinha, o ponto mais agradável e frequentado de São Vicente, na terça-feira gorda daquele ano em que lá cheguei, quando havia a maior animação carnavalesca, fui procurar uma moitinha para me aliviar. Logo ali, quando já ia me remexendo todo fogoso, o que eu vejo: dois homens junto a uma parede, parecendo duas lagartixas se atracando, fazendo coisas que nem ouso dizer. Quando eles me viram, um largou o p... do outro e se separaram. Só um continuou ali. O outro deu uma sacudida nos ombros e se embrenhou na animada gandaia da folia. Quando eu contei isso para o meu irmão Didi, ele riu bastante e falou que eu ainda não tinha visto nada. Para a mana Amélia eu nem tive coragem de comentar nada”.
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